Encontrados corpos de casal desaparecido em Curitiba

Os corpos da empresária Cristine Pizon Kelli, 34 anos, e do amásio dela, Cristiano Henrique Brandi Camilo, 28, desaparecidos no dia 28 de novembro, foram encontrados por policiais do Cope – Centro de Operações Policiais Especiais e da Delegacia de Homicídios. Os cadáveres estavam dentro de um poço morto, na lavanderia de uma casa na Rua João Flygare Telles, Vila Sandra, Campo Comprido. Ali morava o amigo de Cristiano, Jean Francisco Schamposki Maceno, 26 anos, apontado como autor do duplo assassinato. Jean fugiu na noite de segunda-feira e segundo informações está em São Paulo.

Descoberta

O desaparecimento do casal foi registrado no início da noite de segunda-feira, pelos familiares de Cristiano, que residem Curitiba. Desde então, para os policiais do Cope, o principal suspeito era Jean, já que havia sumido. Ontem à tarde, os investigadores, Adriano, Mauri e Pirog, foram até a casa da amásia dele, Kátia, na Vila Nossa Senhora da Luz e a levaram para prestar depoimento. Os policiais também estiveram na casa onde Jean Francisco morava com o padrasto e os irmãos. Quando chegaram sentiram um forte cheiro, foram até a lavanderia e tiraram a tampa de mármore que cobria a abertura do poço, medindo aproximadamente 40 centímetros de diâmetro. O odor aumentou. Havia moscas e um pouco de cal.

Ao perguntarem para Kátia o que havia dentro do poço, ela revelou que seu amásio havia assassinado o casal para roubá-lo. A mulher disse que Jean resolveu fugir quando soube que a família de Cristiano havia comunicado o desaparecimento à polícia.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e quebrou o piso da lavanderia para retirar os cadáveres. Cristine levou uma marretada no rosto e Cristiano estava com a cabeça envolta em um saco plástico. O primeiro a ser jogado dentro do poço foi Cristiano. O corpo de Cristine estava por cima. Homens do Corpo de Bombeiros tiveram muito trabalho na retirada dos cadáveres, que já estavam em decomposição. A polícia acredita que o rapaz foi espancando e depois asfixiado. “Devido ao adiantado estado de decomposição a causa real da morte só poderá ser confirmada após a necropsia”, disse o delegado Agenor Salgado, titular da Delegacia de Homicídios. Ele já representou pela prisão preventiva de Jean. “Os dois eram amigos. Inclusive, o Cristiano deu um celular de presente para o Jean”, acrescentou Salgado.

O delegado Vinícius Augustus de Carvalho, do Cope, acredita que Jean não praticou o crime sozinho. “Estamos apurando a participação da Kátia. No mínimo ela sabia o que estava acontecendo. Pela estrutura física do Cristiano e o local em que o corpo foi escondido, no mínimo houve a participação de uma terceira ou até quarta pessoa.

Carro

Após assassinar o casal, Jean Francisco, se identificando como Paulo, tentou retirar, na sexta-feira, as malas do casal no Hotel Residence & Serviços, na Avenida Batel, onde as vítimas estavam hospedadas há duas semanas. Como não conseguiu, telefonou para o hotel dizendo ser Cristiano e avisou que estava internado e precisava de seus pertences. Mesmo assim os funcionários do hotel preferiram não liberar.

Apesar de estranhar o fato, eles não avisaram a polícia. Na segunda-feira, também se identificando como Paulo, Jean tentou vender em uma concessionária de Curitiba o Escort, placa AHR-5709, que pertencia a Cristiano. Os funcionários desconfiaram e ligaram para a prima do rapaz, que informou que Cristiano tinha comprado o veículo pelo valor de R$ 16 mil à vista e que não pretendia vendê-lo. Jean foi embora. Assim que soube que parentes do rapaz tinham registrado queixa ele fugiu para São Paulo. A polícia não sabe se ele levou o carro ou não.

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