Monstruosidade

Pedreiro assassino violentava a própria filha

“Ele era um verdadeiro monstro. Só um psiquiatra forense é capaz de explicar o comportamento deste sujeito.” Assim o delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da delegacia de Colombo, definiu o pedreiro preso anteontem, acusado de assassinar o namorado da filha a tiros.

O rapaz, de 18 anos, também trabalhava na construção civil e morava com os pais, naquele município. Ele estaria se relacionando com a garota há quatro meses.

O motivo do assassinato, segundo a polícia, nada mais foi do que o ciúme doentio que o pedreiro tinha pela filha. Separado da mulher há um ano, ele mantinha a menina na condição de amante, violentando-a sexualmente com freqüência, e espancando-a com um chicote, para fazê-la ficar calada.

Também a ameaçava de morte e garantia que mataria toda a família (a ex-mulher e outras três filhas), caso a adolescente contasse para alguém que era obrigada a satisfazer os instintos sexuais do pai.

Tristeza

Num misto de dor e tristeza, a garota relatou seu drama ao delegado. Contou que desde a separação dos pais, era obrigada a servi-lo como se fosse sua mulher.

Embora a mãe e as três irmãs morassem em outra casa, no mesmo terreno, elas não sabiam da violência sexual que a jovem sofria. No dia do assassinato (terça-feira), ela estava em casa, ao telefone, falando com uma amiga, quando o pai chegou na hora do almoço.

Suspeitando que a menina estivesse falando com o rapaz, quebrou o telefone, apanhou um chicote e aplicou-lhe violenta surra, avisando que à noite iria matar o jovem.

Conforme tinha prometido, ao chegar em casa para o jantar, obrigou a filha a levá-lo até a casa do namorado e chamá-lo no portão. Quando o rapaz atendeu, o pai, empunhando um revólver, seqüestrou-o, levou-o até um matagal e executou-o com cinco tiros.

Na seqüência, passou com o carro sobre o corpo da vítima e retornou para casa, onde mais uma vez surrou a menina com o chicote e depois brutalizou-a sexualmente.

Cadeia

Quando preso, o acusado negou envolvimento sexual com a filha e tentou fazer crer que o jovem morto é que a havia violado e que, depois disso, não queria ficar com ela. Por isso o matou.

“Essa versão não tem qualquer nexo”, comentou o delegado, que o autuou em flagrante por porte ilegal de arma e contrabando (a arma é importada). E ainda o indiciou em inquérito por estupro (que deverá ser confirmado em exames feitos no Instituto Médico-Legal), lesão corporal e homicídio. Pelo homicídio foi solicitada a prisão preventiva do acusado. Anteontem ele foi transferido para o Centro de Triagem II, em Piraquara.