Um empresário curitibano vai arriscar no futebol novos investimentos. A primeira aquisição de Aílton Borba, dono de uma empresa de máquinas para corte de madeira, não foi nada modesta: o tradicional Estádio Aderbal Ramos da Silva, no Centro de Blumenau, arrematado em leilão público na semana passada. O plano é modernizar a praça e criar um forte clube-empresa na cidade catarinense.
O Aderbal, com capacidade para 4 mil espectadores e que está em condições precárias, faz parte da massa falida do Blumenau Esporte Clube (BEC), fundado em 1919.
O valor desembolsado por Borba (R$ 1,3 milhão) será integralmente destinado para pagamento de dívidas do clube, que somam mais de R$ 2,5 milhões. Há mais de 250 processos de cobrança contra o BEC, e um deles, impetrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), motivou o leilão do estádio em decisão tomada pela Justiça Federal.
Borba admite que não tem experiência na área desportiva, nem negócios na cidade catarinense. ?Estamos procurando empresários do ramo para montar um clube-empresa que se estabeleça em Blumenau. A idéia é reformar o estádio e construir tipo uma Arena da Baixada?, exagera Borba, que diz já ter iniciado negociações com empresários especializados em futebol, cujos nomes não revela.
Entre amanhã e sexta-feira, Borba se reúne com o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, para explicar com detalhes o que pretende realizar no terreno. No leilão, o empresário informou apenas que pretende valorizar a área com empreendimentos nos ramos imobiliário e comercial. A posse do estádio, porém, ainda não está garantida, já que o síndico da massa falida do BEC, André Jenichen, entrou com recurso na Justiça pedindo a revisão do valor e oferecendo uma contra-avaliação do patrimônio.
O desafio do empresário será conquistar o público de Blumenau, que já conta com um clube profissional (o Metropolitano) e tradicionalmente não dá muita bola para o futebol – a cidade é conhecida por investir em competições amadoras, como os Jogos Abertos de Santa Catarina.