Traficante Dudu da Rocinha é condenado a 73 anos de prisão

O 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou, na madrugada de hoje, o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, conhecido como Dudu da Rocinha a 73 anos de prisão. Dudu comandou a invasão de bandidos à Favela da Rocinha, na Semana Santa de 2004, que desencadeou uma guerra entre traficantes que tem reflexos até hoje. Na noite da ação, a quadrilha de Dudu, que pretendia retomar o controle do tráfico na Rocinha a partir do vizinho Vidigal, na zona sul do Rio, fechou a Avenida Niemeyer para roubar carros. A motorista de um deles, a professora mineira Telma Veloso Pinto, tentou fugir e foi morta com um tiro na cabeça. O sobrinho que estava com ela ainda foi ferido na perna e braços. Na favela, Dudu foi responsável ainda pela execução do morador da Rocinha, Wellington da Silva.

A sentença proferida pelo juiz Fábio Uchôa, que presidiu o júri de quatro homens e três mulheres, condenou Dudu a 73 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de latrocínio, homicídio, formação de quadrilha e tentativa de homicídio (em relação ao sobrinho de Telma). O advogado do bandido, Maurício Neville, vai recorrer da sentença. Em depoimento ao juiz, Dudu alegou desconhecer os fatos e afirmou que, na época dos crimes, morava com a esposa no interior de Minas Gerais, onde trabalhava como auxiliar de serviços gerais e motorista de uma funerária.

O processo em relação a um dos comparsas de Dudu, Carlos Henrique Fernandes dos Santos, o Pretinho, foi desmembrado. Ele será julgado em 1º de fevereiro de 2006. O 1º Tribunal do Júri já havia condenado, no dia 11 de novembro, outros quatro integrantes da quadrilha de Dudu a um total de 227 anos de reclusão em regime fechado. São eles: Pedro Arthur de Faria, o D’Oscar (condenado a 84 anos); Alexsandro Santanna da Silva, o Sapo Boi (a 69 anos); Fábio Roberto Santos, o Binho (a 68 anos); e Patrick Salgado Souza Martins, o PT (a 6 anos). Este último foi condenado apenas por formação de quadrilha. O réu Ailton Francisco da Silva ainda está foragido.

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