Trauma

‘Não dói o útero e sim a alma’, escreve adolescente vítima de estupro coletivo

Matéria atualizada

A jovem que foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro fez um desabafo na internet. “Todas podemos um dia passa e por isso .. Não, não doi o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes !! Obrigada ao apoio”, escreveu no Facebook. Nesta sexta­-feira (27), a jovem também aderiu à campanha na rede social pelo “fim da cultura do estupro”.

“Caiu a ficha”

Segundo a advogada Eloisa Samy Santiago, a adolescente estava muito alterada com a repercussão do acontecimento.

“Ela está muito nervosa, a ficha caiu sobre a gravidade do que aconteceu. A psicóloga deve conversar com ela hoje (nesta sexta-feira). Ontem, ela estava mais calma e desperta. Na quarta, ela parecia dopada”, disse em entrevista ao jornal carioca Extra.

A advogada também explicou que a menina é filha de aposentados e permanece em casa, em companhia da família. Ela recebeu a visita de amigas próximas e de uma prima, na quinta-feira.

Já havia sido estuprada

Santiago disse que a família está muito abalada. A adolescente tem tentado se concentrar nos cuidados do filho, uma criança de 3 anos.

“Ela ficou grávida aos 12 anos. É importante lembrar que isso também é um estupro. Não importa se ela estava apaixonada, uma menina de 12 anos é vulnerável”, revelou.

Jogador de futebol entre os estupradores

Um jorgador de futebol do Boa Vista, clube da primeira divisão do Campeonato Carioca, foi relacionado como suspeito de participar do estupro coletivo. Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, está foragido. O Boa Vista está na primeira divisão do Campeonato Carioca. O jogador teria um relacionamento com a vítima.

O gestor do clube, João Paulo Magalhães, afirma que a relação do atleta — conhecido como Luquinhas pelos colegas — com o crime que choca o país é surpreendente para todos os atletas e equipe:

“Ninguém podia esperar isso, é um menino bom, sempre foi um bom garoto. Mas o Boavista espera que qualquer pessoa que tenha participado dessa barbaridade seja condenada com a penalidade máxima”, disse em entrevista ao jornal Extra.

Curitiba tem 3 estupros a cada dois dias

O caso que teve repercussão mundial serviu para chamar a atenção do mundo sobre o problema. Mesmo cidades tidas como exemplo, como Curitiba, não ficam imunes ao problema.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) de 2015, a cada dois dias ocorrem três estupros na capital. Em 2015, na amostragem de casos até o final de outubro, eram contados 415 casos de violações sexuais. É um número alto, mas é bom fazer a resslava que houve uma queda de 6,95% em comparação com igual período de 2014.

Os dados do ano passado mostram que o Sítio Cercado está no topo da lista com 28 casos de estupro, seguidos pelo Tatuquara com 26, CIC – Cidade Industrial de Curitiba -, com 22 casos e Alto Boqueirão (18 casos).

Por dia, o Brasil registra 130 casos de estupro.

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