Passe Livre convida Alckmin e Haddad para diálogo na quinta-feira

O Movimento Passe Livre (MPL) protocolou na segunda-feira, 25, um pedido de reunião aberta com o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para discutir a revogação do aumento da passagem do transporte público. A intenção do grupo é fazer um protesto na próxima quinta-feira, 28, que partirá do Largo do Paiçandu, na região central, até a Prefeitura, onde a discussão poderia ocorrer em local aberto. Prefeito e governador ainda não se manifestaram sobre a reunião.

O convite foi divulgado no mesmo dia em que será realizado o sexto grande ato contra o aumento da tarifa de R$ 3,50 para R$ 3,80 na capital, que partirá da Estação da Luz.

Mais uma vez o MPL decidiu não divulgar o trajeto da passeata, mesmo depois de a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) ter cobrado qual seria o caminho percorrido. O entendimento do movimento é que permitir o controle da SSP sobre os rumos da manifestação seria um “retrocesso” à Constituição brasileira.

Os manifestantes consideram ainda que a discussão sobre divulgar ou não o trajeto é uma forma de “desviar o foco” do tema principal, o valor da passagem.

“A gente considera que é um retrocesso deixar a polícia e a Secretaria de Segurança Pública determinarem qual é o trajeto da manifestação. E é um retrocesso não só para a gente, como movimento, mas para todos os outros que se coloquem na cidade”, disse a militante do MPL Luísa Cytrynowicz, de 20 anos. “Eles estão tentando desviar o foco da discussão, que é a revogação imediata dos 30 centavos.”

“A gente não consegue entender o que precisa ser regulamentado, já está regulamentado. A gente nem discute isso, a manifestação é um direito”, defendeu Rafael Siqueira, de 40 anos, também militante do MPL.

Violência

O movimento negou ter jogado uma garrafa em Haddad na segunda-feira, 25, depois da missa de aniversário da cidade, na região central. “Em nenhum momento ninguém do Passe Livre tentou agredir o Haddad ou o Alckmin”, disse Siqueira.

O entendimento do MPL é que o ato do movimento ensejou outras pessoas a se revoltar contra o prefeito. Eles voltaram a afirmar que a violência nas manifestações tem partido da polícia. “A ideia dos atos é ter começo, meio e fim. É nítido que a violência parte da polícia”, afirmou Letícia Cardoso, de 20 anos, também porta-voz do MPL.

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