Polícia apreende dois menores suspeitos de roubo no câmpus da USP

Dois adolescentes foram apreendidos pela Polícia Militar dentro do câmpus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, na noite desta quinta-feira, 02. Os jovens, segundo a polícia, são suspeitos de realizar assaltos na região da universidade.

Ainda de acordo com a polícia, os adolescentes foram vistos andando de bicicleta na Cidade Universitária e, ao serem abordados, teriam corrido e jogado um objeto no chão. Um dos meninos correu para dentro de um dos prédios da universidade e entrou em uma sala de aula do Núcleo de Consciência Negra. A abordagem dos policiais foi filmada por alunos.

O vídeo mostra os policiais entrando armados dentro da sala e rendendo o jovem. Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que os policiais fizeram uma diligência no local em que viram o objeto ser abandonado e encontraram um revólver calibre 38.

O vídeo, divulgado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), mostra o menino dizendo que “não está com nada” e chega a levantar a camiseta para provar que não está armado. Os adolescentes têm 15 e 17 anos e são irmãos.

Durante a abordagem, um dos meninos diz que foi ameaçado pela polícia. “Você falou que ia me matar, eu te conheço”, diz o adolescente.

A SSP informou ainda que os meninos foram levados para o 91º Distrito Policial (Ceagesp), onde teriam sido reconhecidos como autores de roubos por vítimas. Eles foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude e responderão por ato infracional.

Em nota, a secretaria disse que a ação dos policiais militares foi “correta tanto no ponto de vista legal quanto técnico”. Disse ainda que “graças a essa atuação, dois infratores foram detidos e aquela arma de fogo não será mais usada para cometimento de crimes”.

Questionada sobre a ação dos policiais dentro do câmpus, a USP disse que não iria se manifestar.

Marcelo Pablito, Secretário de Combate ao Racismo do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), disse que a entidade é contra a presença da polícia dentro do câmpus exatamente por causa de abordagens “abusivas e violentas” como a que ocorreu nesta quinta-feira. “Somos contrários, justamente, porque a polícia tem uma ação truculenta, que persegue negros e pobres”, disse.

Voltar ao topo