Confirmou-se a tendência manifestada pelos vereadores de Prudentópolis: Nelson Dal Santos (PL), acusado de favorecer parentes em processos licitatórios e supefaturar os preços de produtos vendidos por sua empresa ao município, teve seu mandato cassado por dez votos a três. A votação terminou na madrugada de ontem, depois de uma longa e histórica sessão que começou na quinta-feira, foi interrompida na madrugada de sexta e retomada no sábado de manhã.
Na mesma sessão, a Câmara deu posse ao novo prefeito, Gilberto Agibert Filho (PPS), que era vice de Dal Santos.
A sessão começou com a leitura integral do processo, composto por aproximadamente 2.400 páginas. Um dos advogados de defesa do prefeito, Luiz Setembrino Von Holleben, tentou evitar a leitura, mas, o plenário não concordou.
Além disto, algumas interrupções aconteceram. A sessão foi suspensa mais uma vez, por volta das 20 horas de domingo, durante 45 minutos. Reaberta, foi até a decisão final, pela cassação do mandato do prefeito.
Segundo o secretário de Saúde do município, Júlio Nakushi, a maioria da população de Prudentópolis estava apoiando o prefeito em julgamento, “nas reuniões de pessoas nas ruas, noventa e cinco por cento da população está a favor do prefeito”. Entre aqueles que torciam pela cassação, disse o secretário, “muitos são amigos ou parentes do vice”.
Para o secretário de Saúde, o que aconteceu nas questões denunciadas foram “apenas erros técnicos”. Naquele momento, segundo Nakushi, passava ainda por problemas de saúde. “Ele está um pouco melhor, mas precisa de repouso por orientação médica.” Dal Santos tinha um “possível problema cardíaco; ele foi internado às pressas na Santa Casa de Ponta Grossa, como conseqüência de todo esse processo”, afirmou.
O novo prefeito, Gilberto Agibert Filho, falou de suas metas para o curto período em que deverá estar na chefia do Executivo municipal. Garantiu que “muda muita coisa, a partir de agora” e anunciou que estará governando em conjunto com os vereadores e com os partidos políticos.