Começa eleição para escolha de novo reitor da Unicamp

Começou nesta quarta-feira o processo de consulta à comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, para a escolha do novo reitor para os próximos quatro anos. Estão na disputa quatro candidatos: o diretor e professor da Faculdade de Ciências Médicas, Mário José Abdala Saad, o ex-reitor e professor da Faculdade de Engenharia Agrícola José Tadeu Jorge, o atual vice-reitor e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Edgar Salvadori De Decca, e o professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação José Cláudio Geromel.

Com um colégio eleitoral formado por, aproximadamente, 36 mil votantes – entre professores, alunos e funcionários -, o processo de consulta ocorre nesta quarta e quinta-feira (7). Haverá segundo turno nos dias 20 e 21 de março se nenhum dos candidatos receber mais de 50% dos votos ponderados válidos das categorias.

O novo reitor, que sucederá médico Fernando Ferreira Costa no cargo, herdará um orçamento de R$ 1,9 bilhão e a responsabilidade de reduzir as distâncias que existem entre a pesquisa desenvolvida na universidade e o mercado, aumentar o número de docentes e promover maior inclusão social na graduação.

Considerados os dois favoritos na disputa, Saad e Jorge mantêm ou mantiveram em algum momento relação direta com o grupo que hoje comanda a Unicamp. De Decca e Geromel são os nomes considerados alternativos.

Vinte e seis urnas estão distribuídas em cinco locais de votação: Ginásio da Faculdade de Educação Física (FEF) e Setor Hospitalar (Anfiteatro “Paulistão”), em Campinas; Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) e Campus I da Faculdade de Tecnologia (FT) e Campus II da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira.

O resultado da consulta à comunidade será encaminhado ao Conselho Universitário (Consu), que organizará uma lista tríplice para encaminhar ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que escolhe quem será o reitor. A posse do novo reitor está prevista para abril.

Críticas

Apesar da consulta, o processo recebe críticas por parte dos alunos e dos funcionários em relação ao peso dos votos e a definição final de quem será o reitor. “Não é uma eleição, é uma consulta. Quem decide no final é o governador. Esperamos que os candidatos honrem o compromisso que assumiram com os funcionários, com os alunos e com os professores de que, se o escolhido pelo governador não for o primeiro da lista, ele não vai assumir”, afirmou Diego Machado de Assis, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU).

Outro problema apontado tanto pelos trabalhadores quanto pelos alunos é o peso dos votos na consulta. Pelo processo, os votos dos professores valem três quintos e dos alunos um quinto e dos funcionários um quinto. “Falta paridade. Na apuração, ainda é ponderado quantos votaram em relação a quantos poderiam votar. Isso para os alunos prejudica ainda mais, considerando o fato de que a eleição ocorre no começo do ano e os calouros votam. Então eles estão na segunda semana de aula, muitos nem começaram a vir para a faculdade, tendo que definir quem será o reitor da universidade”, contesta um dos coordenadores do Diretório Central Estudantil (DCE) da Unicamp André Guerreiro.

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