Crescem suspeitas de sabotagem na explosão do foguete brasileiro

Brasília – Os oficiais da Aeronáutica que investigam as causas da explosão do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), na Base de Alcântara, no Maranhão, estudam a possibilidade de sabotagem como uma das causas mais prováveis do incêndio ocorrido no último dia 22. Nenhuma atividade de risco estava programada na data da tragédia. Onze engenheiros e dez técnicos morreram na explosão. Em São Luís, agentes inspecionaram hotéis e se surpreenderam com o grande número de estrangeiros, principalmente norte-americanos, hospedados na cidade na semana do acidente. De acordo com a revista Istoé, pelo menos oito deles estão sendo investigados. Conforme a revista, a tragédia de Alcântara está entre os maiores acidentes do mundo em perdas humanas, quando se compara com outros desastres ocorridos nos projetos espaciais de todo o planeta. Nos últimos seis anos, essa foi a terceira tentativa fracassada de mandar ao espaço o VLS. Nas duas primeiras, em 1997 e 1999, os foguetes saíram do chão, mas foram destruídos em pleno vôo, por falhas de propulsão. Dessa vez, o incêndio ocorreu no interior da plataforma, três dias antes da data programada para o lançamento. Em tese, não havia naquele instante nenhuma atividade de risco. As equipes faziam ajustes finais de equipamentos e instalavam câmeras de vídeo para registrar o lançamento.

O desafio agora é descobrir por que um dos quatro propulsores começou a funcionar sem que houvesse qualquer ação para isso. Oficialmente, a hipótese de sabotagem é considerada remota. Na prática, porém, entre oficiais da Aeronáutica, é uma das mais prováveis causas do incêndio. De acordo com a IstoÉ, na semana da tragédia, todos os equipamentos do VLS foram testados e vistoriados. Tudo estava em ordem. O problema é que, depois da fornalha, sobrou pouco para ser periciado. Por isso, a orientação é conduzir as apurações de fora para dentro do VLS.

Voltar ao topo