Massacre no Rio

Beltrame pede rediscussão de lei sobre desarmamento

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que “as investigações, os depoimentos e a perícia” revelam que o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste, foi um ato isolado. “Isso foi uma ação de uma pessoa doente que infelizmente cometeu essa monstruosidade”.

Questionado se ele teme por uma possível repetição do episódio, o secretário foi enfático: “Dizer que isso nunca vai acontecer é leviano. Em segurança pública, nós acompanhamos e monitoramos para antecipar ações”, disse Beltrame. Ele defendeu a rediscussão do Estatuto do Desarmamento. “Qualquer campanha, rediscussão e legislação que seja séria e mostre resultado será bem-vinda”, declarou.

No dia seguinte ao massacre, três corpos permanecem no Instituto Médico Legal (IML). O de Wellington Menezes de Oliveira, o atirador, é o único que ainda não foi reconhecido pela família, que provavelmente está evitando encontrar os familiares das crianças mortas por ele.

O corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, foi reconhecido pelo pai, Raimundo Freitas da Silva, e será cremado. Silva, que é militar reformado, chorou muito ao lembrar da menina, a quem chamava de “princesinha”.

“Ela gostava muito de ir à escola, eu dava duro com ela para que fosse alguém na vida quando crescesse. Agora fica difícil, como vai ser a minha vida no aniversário dela, no Natal? Cada palavra de alento é como e fosse uma punhalada”, disse. “Não quero que nenhum pai passe pela dor que estou sentindo”, acrescentou Silva, que tem outros quatro filhos.

Ele criticou a falta de segurança na escola e disse que deveria haver detectores de metal nas portas para evitar situações como esta. O corpo de Igor Moraes da Silva, de 13 anos, também foi reconhecido pela família, mas o horário e o local do enterro não foram divulgados.