Defeitos maquiados para Copa 2014 e Olimpíada 2016

Uma grande maquiada para esconder os defeitos mais aparentes. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo, Respício Espírito Santo Júnior, as reformas anunciadas em mobilidade urbana e em aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 se resumem a isso.

“Foi assim no Panamericano do Rio de Janeiro”, lembra Júnior, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema foi um dos mais recorrentes durante o 22.º Festival de Turismo de Gramado (RS), encerrado anteontem na Serra Gaúcha, e promete continuar em pauta nos próximos anos.

Júnior diz que a acessibilidade e a qualidade aeroportuária deveriam ser adquiridas de forma constante, como uma necessidade do povo brasileiro, e não apenas na hora do “desespero”, às vésperas de grandes eventos esportivos.

“Essas são necessidades do Brasil, independente dos eventos”, destacou, criticando o Plano de Aceleração do Crescimento(PAC) do governo federal. “Não existe varinha de condão que faça as coisas acontecerem de uma hora para outra”, explica, destacando a necessidade de ver quais eram os recursos previstos no PAC e o que até agora foi realmente aplicado.

Por outro lado, o secretário nacional de políticas para o turismo do Ministério do Turismo, Carlos Silva, se mostra otimista quanto às obras para o Mundial, independente da mudança de governo.

Otimismo

“A transição está sendo tranquila, não só porque a presidente Dilma foi eleita. Quando o presidente Lula recebeu o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, a transição também foi boa. O País passa por um momento de maturidade”, afirma.

Segundo Silva, o governo federal investirá R$ 5,6 bilhões em melhorias no setor aeroportuário até 2014. Ele disse ainda não ter previsão de investimento para o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, mas afirmou que todas as cidades-sedes apresentarão seus planos e serão contempladas com recursos.

“O PAC da mobilidade urbana vai investir R$ 11 bilhões. Esse montante virá de empréstimos, com recursos vindos do FGTS”, conta. Silva afirmou também que o Brasil está muito preocupado com o treinamento das pessoas para receber os turistas. “Temos planos de treinar 300 mil brasileiros com um gasto previsto de R$ 400 milhões”, conclui.