São Paulo
– O engenheiro civil Waldemar Eleutério Júnior, de 54 anos, acusado de refinar, adulterar e aumentar o volume de cocaína para as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo, Comando Vermelho, do Rio, e para o grupo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi preso pelos policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).De acordo com os investigadores, ele desenvolveu uma fórmula que permite triplicar a quantidade de cocaína dando grau de alto teor de pureza e transformar o pó branco em amarelo a cor preferida dos traficantes do Rio.
O nome de Eleutério apareceu pela primeira vez em outubro do ano passado numa escuta telefônica dos integrantes do PCC. Um ladrão da cúpula da facção criminosa, que está preso, orientou um bandido em liberdade a retirar a “mercadoria” com o Doutor.
O delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Deic, disse que seus policiais sabem que o PCC tem esquema grande de venda de cocaína nas prisões. Mas ignoravam que o preparo da droga era tão sofisticado.
No começo do mês, o engenheiro foi identificado. Na quarta-feira, foi preso em sua caminhonete S-10 saindo do condomínio onde mora, no bairro Rondon, em Salto de Itu, interior do Estado. No veículo os policiais encontraram 100 gramas de cocaína amarelada, que seria entregue como amostra a traficantes. Bittencourt explicou que Eleutério foi dono de construtora no Vale do Paraíba e já esteve preso em Goiás por venda de produtos químicos usados para refinar cocaína.