Plataforma P-52 custou 20% a mais do que o valor inicialmente acertado

Rio de Janeiro – O gerente-executivo da Petrobras, Pedro Barusco, informou nesta quinta-feira (14), em Angra dos Reis, que a plataforma P-52 custou à estatal 20% a mais do que a valor inicialmente acertado pela companhia com os construtores. Primeira plataforma construída a partir da decisão do presidente Lula de exigir índice mínimo de conteúdo nacional, a P-52 se constitui, segundo a Petrobras, em um marco na indústria naval brasileira ao registrar 76% de bens e serviços contratados junto à fornecedores nacionais.

Segundo Pedro Barusco, a plataforma foi construída ao custo de US$ 1,1 bilhão, contra os US$ 906 milhões constantes do contrato assinado inicialmente em dezembro de 2003. O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrela, salientou que três fatores contribuíram para este aumento de 20% nos custos da unidade: ?pequenos ajustes no projeto, variações cambiais e a alta nos preços do aço".

Estrela afirmou, ainda, que a indústria nacional já tem condições de competir com estaleiros internacionais. "Não é verdade que seja mais caro construir no Brasil. Na verdade, é mais barato. Antes, gastávamos fortunas com advogados para discutir detalhes como termos em inglês nos contratos. É muito melhor estarmos hoje aqui discutindo em português?, ressaltou o diretor.

As declarações dos executivos da Petrobras foram dadas no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, onde o presidente Lula participou da solenidade de batismo da P-52. Com um índice de nacionalização de 76%, a unidade vai operar no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, onde produzirá, quando operando a plena carga, 180 milhões de barris de petróleo por dia.

De acordo com o cronograma divulgado pelo diretor Guilherme Estrela, a P-52 deverá deixar o estaleiro em Angra dos Reis no final de julho para realizar os testes de flutuação e seguirá para o campo de Roncador, na Bacia de Campos, onde deverá começar a operar ainda na primeira quinzena de setembro. A Petrobras tinha informado ontem à Agência Brasil que o início da operação se daria em agosto.

Também está em fase final de construção a P-51, unidade do tipo semi-submersível com capacidade de produção de 180 milhões de barris de petróleo. Mas que entrará em operação no primeiro semestre do próximo ano. Ela será a primeira plataforma do tipo semi-submersível cujo casco será construído no Brasil, em uma parceria com a Nuclep. Para o diretor da Petrobras, a decisão de construir o máximo de unidades no país, com o maior índice de nacionalização possível,está levando grandes companhias mundiais a se instalarem no Brasil.

Além da p-52, a Petrobras pretende iniciar as operações de outras quatro plataformas de petróleo este ano: a FPSO Cidade de Vitória, em Golfinho; P-34, no campo de Jubarte; Piranema, no litoral de Sergipe; e uma unidade de teste de produção de óleo extrapesado no campo de Siri, na Bacia de Campos.

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