Auxílio

UE busca ajuda da Turquia para interromper fluxo de imigrantes e refugiados

Graduados políticos da União Europeia buscaram nesta segunda-feira garantir a ajuda do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para conter o fluxo de imigrantes e refugiados que entram na Europa através do território turco. Houve, porém, pouco progresso aparente, antes das eleições turcas do próximo mês.

“A situação onde centenas de milhares de pessoas estão fugindo para a Europa através da Turquia precisa ser contida. Nós não podemos fazer isso sozinhos, precisamos da Turquia”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, após se reunir com Erdogan. Tusk disse que a UE está disposta a dar mais dinheiro ao aliado, para auxiliar no gerenciamento da fronteira e combater as redes de traficantes de pessoas, bem como acelerar o processo pelo qual os cidadãos turcos receberão permissão para viajar para a Europa sem vistos.

No âmbito do plano preparado pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,12 bilhão) de financiamento da UE é uma oferta que pode ser igualada por governos europeus. Além disso, poderia haver financiamento para mais seis meses de trabalho nos centros de recepção de refugiados, para acomodar cerca de 2,5 milhões de pessoas que fugiram dos vizinhos Síria e Iraque para a Turquia.

Não há, porém, expectativa de anúncios concretos nesta segunda-feira, já que Erdogan está em campanha antes da eleição geral turca de 1º de novembro.

A caminho de Bruxelas, Erdogan parou em Estrasburgo, na França, para um evento com a presença de 15 mil pessoas, sendo ainda saudado por 2.500 partidários perto de seu hotel em Bruxelas no domingo. O Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, não conseguiu a maioria absoluta nas eleições de junho, o que levou a um impasse no Parlamento e à convocação de novas eleições.

Alguns governos da Europa mostram preocupação com a retomada em julho das hostilidades entre o governo turco e as milícias curdas, notadamente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado uma organização terrorista pela UE. Em junho, o Partido Democrático do Povo, uma sigla curda, chegou ao Parlamento pela primeira vez. Erdogan disse que sua campanha contra o PKK não tem motivações étnicas, mas criticou certos governos da UE por não voltarem seus olhos para o PKK, diante do fato de que ele enfrenta o Estado Islâmico na Síria. “Não podemos falar de um bom terrorista versus um mau terrorista”, disse.

Erdogan quer o apoio da UE para seu plano de criar uma zona de segurança em áreas de maioria curda no norte sírio na fronteira com a Turquia, para fornecer abrigo para sírios desalojados pela guerra civil. A Turquia enfrenta resistência entre seus aliados ocidentais, incluindo os EUA, que desejam evitar outra intervenção militar. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que também se reuniu com o presidente turco, disse que uma zona de segurança poderia ser criada apenas com a aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. A Rússia e os EUA, porém, se opõem à iniciativa, o que dificulta o plano.

O líder turco disse ainda estar disposto a cooperar na questão dos refugiados. Uma fonte na UE disse que o principal resultado da visita foi o aval de Erdogan para estabelecer um grupo de trabalho entre seu governo e as instituições da UE para tratar do tema dos refugiados. Fonte: Dow Jones Newswires.