Imagem chocou o mundo

Pai do menino que morreu no mar conta como foi a tragédia

Abdullah Kurdi, o pai do menino Aylan, que se tornou símbolo da crise migratória na Europa após uma foto sua morto correr o mundo, contou nesta quinta-feira (3) os últimos momentos da viagem que dizimou sua família.

O homem de 40 anos vivia na cidade síria de Kobane, que há meses convive com os avanços do grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Ele relatou que estava em um barco com a mulher, os dois filhos e mais oito pessoas. A embarcação, que tinha como destino a ilha grega de Kos, estava lotada e era guiada por um turco.

“Estávamos no mar há pouquíssimos minutos, mas as ondas estavam altas. O homem que guiava o barco tentou desviar e nós começamos a nos chocar. Ele entrou em pânico e se atirou no mar, fugindo, mas o barco virou”, disse Abdullah, após sair de um necrotério na cidade turca de Yerkesik.

“Me acordavam de manhã para brincar com eles, mas agora não estão mais aqui”, desabafou o pai.

Na tragédia, seus dois filhos e sua esposa morreram. Aylan, de três anos, foi encontrado com o rosto na areia em uma praia de Bodrum. “As minhas crianças eram as mais belas do mundo, maravilhosas. Me acordavam de manhã para brincar com eles, mas agora não estão mais aqui. Agora tudo o que quero é estar ao lado do túmulo da minha esposa e dos meus filhos”, acrescentou.

A família vivia na Turquia graças à ajuda de Teema Kurdi, tia de Aylan que mora em Vancouver, no Canadá, que, em junho passado, havia recusado um pedido de asilo para os Kurdi. Por conta disso, eles decidiram tentar entrar na União Europeia.

O caso já fez com que o ministro canadense de Imigração, Chris Alexander, suspendesse sua campanha eleitoral pela reeleição. Ele retornou a Ottawa para apurar por que o governo recusou o pedido da família de Aylan.

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