Grécia tem empresas com risco de problemas de logística e filas em caixas

A cadeia de suprimentos da Grécia enfrenta problemas. Especialistas nesse assunto dizem que os importadores e exportadores gregos podem ser afetados já nesta semana pela decisão do governo de fechar o sistema bancário durante pelo menos sete dias, para impedir que mais dinheiro saia do país.

A decisão terá um impacto imediato para o acesso ao capital nas empresas locais da Grécia e para a capacidade delas de conseguir suprimentos, o que pode prejudicar cadeias de abastecimento regional e global nas próximas semanas ou meses, segundo especialistas. Caso a crise se arraste, isso poderia ameaçar a distribuição regional e levar parceiros a buscar negócios em outras nações.

Uma crise prolongada pode resultar em problemas como que empresas desistam de produtos atualmente exportadores pela Grécia, disse Michael Bourlakis, professor de Logística da Cranfield University School of Management, do Reino Unido. Segundo ele, produtos do setor agrícola e inclusive outros mais especializados poderiam ser fornecidos por países próximos, como a Turquia. A posição grega de um polo de transporte regional, com importantes portos e aeroportos usados para distribuição, também poderia ficar ameaçada.

No curto prazo, companhias gregas enfrentam a falta de capital, com os bancos ainda fechados nesta semana, disseram os especialistas. Isso pode limitar a capacidade de importar produtos, incluindo alimentos, bem como afetar o peso das empresas como parceiras nas exportações.

O impacto para as empresas pode ser determinado pelo resultado do plebiscito do domingo, quando os eleitores decidirão se aceitam ou não as medidas propostas pelos credores em troca de ajuda. Um “sim” poderia significar uma volta à normalidade mais rápida, dizem os especialistas. No caso do “não” vencer, o impacto pode ser mais sério, advertem.

Nesta segunda-feira, pensionistas ansiosos compareciam diante de bancos fechados e havia filas em caixas eletrônicos, no primeiro dia de feriado bancário. Os gregos só podem tirar 60 euros (US$ 67) ao dia dos caixas.

“Eu vim aqui às 4h porque eu preciso conseguir minha pensão”, disse Anastasios Gevelidis, de 74 anos, um dos cerca de 100 aposentados esperando diante de uma agência do National Bank of Greece na cidade de Tessalonica, a segunda maior do país. “Eu não tenho cartão, eu não sei o que está acontecendo, nós não temos nem dinheiro suficiente para comprar pão”, contou.

Havia filas também em postos de gasolina, com motoristas preocupados enchendo o tanque de combustível e pagando com cartão de crédito, enquanto ele ainda estava sendo aceito. As transações com cartão não foram restringidas, mas muitos varejistas não estão aceitando essa opção de pagamento. O governo grego disse que também não há restrições para turistas, que não têm limites de retirada de dinheiro com cartões de bancos estrangeiros.

Para necessidades emergenciais, como a importação de remédios ou o envio de dinheiro para o exterior, o Tesouro grego está criando um comitê para examinar os pedidos caso a caso. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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