Nepal estima mais de 1,3 mil mortes após terremoto

O Ministério do Interior do Nepal estimou o número de mortes por causa do terremoto no país em 1.382, com quase 4.482 feridos. Equipes de emergência percorreram a capital do Nepal, Katmandu, e o vale que a circunda, onde vivem 2,5 milhões de pessoas, em busca de sobreviventes do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país no sábado. Outras 50 mortes por causa do tremor ocorreram na Índia, em Bangladesh, no Tibete e no Paquistão.

“Ocorreu um enorme impacto por todo o país, e estamos avaliando a situação”, disse Lakshmi Prasad Dhakal, porta-voz do ministério. “Existe o temor de que muitas pessoas estejam presas nos escombros dos edifícios.” O terremoto e uma série de tremores secundários graves provocaram um duro golpe no Nepal, um dos países mais pobres do mundo e que tem enfrentado uma recente onda de turbulência política em meio ao debate sobre nova Constituição.

Uddav Timilsina, oficial chefe do distrito de Gorkha, perto do epicentro do terremoto, disse que soldados, policiais e cidadãos comuns escavaram os escombros de casas que desabaram, à procura de pessoas presas no momento do terremoto, que ocorreu pouco às 11h56 no horário local (3h11 de Brasília). Segundo Timilsina, 45 corpos foram recuperados, mas as equipes de resgate ainda não tinham chegado a partes remotas do distrito. “Mais de 50% das casas nas aldeias foram danificadas”, disse ele.

Em Katmandu, milhares de pessoas foram passar a noite no Tudikhel, um vasto campo aberto perto da cidade velha, onde edifícios históricos estão em ruínas. Os desalojados dormiam em folhas de plástico ou caixas de papelão, abraçados em cobertores.

O primeiro-ministro do Nepal, Sushil Koirala, que estava participando de uma reunião de cúpula em Jacarta, tentou retornar ao país, mas chegou apenas a Bangcoc, onde seu voo de conexão para Katmandu foi cancelado, porque o aeroporto internacional da capital foi fechado para voos comerciais. Entretanto, aviões da Força Aérea da Índia foram autorizados a pousar com 43 toneladas de material de emergência, incluindo tendas e alimentos, e cerca de 200 socorristas, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia Vikas Swarup. Os aviões voltaram para Nova Délhi com cidadãos indianos que estavam presos em Katmandu. A companhia aérea estatal Air India anunciou que iria começar voos com materiais de ajuda para a capital nepalesa no domingo.

Hospitais do Vale de Katmandu estavam superlotados, com falta de espaço para armazenar cadáveres e ficando sem suprimentos de emergência, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) em comunicado.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o terremoto ocorreu em Lamjung, 77 quilômetros a noroeste de Katmandu. Um tremor de magnitude 6.6 atingiu a região menos de uma hora mais tarde e ocorreram pelo menos outros 16 tremores secundários.

Vários edifícios desabaram no centro da capital, incluindo templos e minaretes. Entre eles, estava a torre de nove andares conhecida como Dharahara Tower, um dos marcos de Katmandu, construída pelos governantes reais do Nepal e reconhecida pela Unesco como patrimônio histórico. Centenas de pessoas compram bilhetes nos fins de semana para ir até a plataforma de observação no oitavo andar da torre, mas não foi confirmado o número de pessoas que estava no local quando a torre desabou.

Os tremores também desencadearam uma avalanche no Monte Everest, que atingiu um acampamento que estava na base da montanha. De acordo autoridades do governo do Nepal, pelo menos dez montanhistas morreram e 30 ficaram feridos. As suas nacionalidades não foram informadas. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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