Morte de opositor russo pode ter ligação com radicais islâmicos ou ucranianos

A polícia da Rússia apresentou as investigações preliminares do assassinato do líder da oposição Boris Nemtsov. Segundo as autoridades, a morte dele pode ter ligações com o conflito na Ucrânia, com o extremismo islâmico ou até mesmo com um plano para desestabilizar o país.

Nemtsov, um empresário e político liberal que liderou a oposição do país por mais de uma década, foi morto a tiros em uma ponte ao lado do Kremlin no final da noite de ontem. Investigadores disseram que o caso tem características de um assassinato encomendado.

O porta-voz do Comitê Investigativo, Vladimir Markin, disse que a polícia trabalham com três linhas de investigação.

A primeira delas seria a de que Nemtsov foi usado como uma “vítima sagrada” de uma conspiração para desestabilizar o presidente Vladimir Putin.

Em outra hipótese, a morte do opositor estaria ligada à crise na Ucrânia. Nemtsov participou de uma manifestação contra o conflito no país nesta semana. “Não há segredo nenhum que há personagens radicais em ambos os lados em conflito”, disse Markin, referindo-se aos que defendem a soberania de Kiev e os que querem a independência do leste da Ucrânia.

A Comissão de Investigação também está considerando a possibilidade de a morte ter ligação com extremistas islâmicos. Nemtsov já havia recebido ameaças depois que ele expressou opiniões críticas ao atentado contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, em janeiro.

A polícia também não descarta a hipótese de a morte de Nemtsov ter sido um crime passional ou motivado por concorrentes de suas empresas.

Críticas

Líderes de países ocidentais condenaram neste sábado o assassinato de Nemtsov e pediram que o Kremlin garanta que as investigações sejam conduzidas de forma correta.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o povo russo “perdeu um de seus defensores mais dedicados e eloquentes de seus direitos”. Na mesma linha, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, saudou a coragem de Nemtsov em criticar as políticas do Kremlin e pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, garanta que os assassinos sejam levados à justiça, disse seu porta-voz Steffen Seibert.

A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, também se manifestou e declarou que o bloco “espera que as autoridades russas conduzam uma investigação completa, rápida e transparente sobre este assassinato, trazendo os culpados rapidamente à justiça”. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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