Conflitos

Sem acordo, trégua de 12 horas começa na Faixa de Gaza

Milhares de residentes da Faixa de Gaza que haviam fugido voltaram para áreas de fronteira devastadas durante um cessar-fogo humanitário neste sábado e encontraram destruição em grande escala. Dezenas de casas viraram pó e as ruas estavam bloqueadas, com fios elétricos cortados pelo caminho.

Israel e o Hamas começaram um cessar-fogo humanitário de 12 horas em Gaza neste sábado depois que os esforços do Secretário de Estado norte-americano John Kerry falharam em produzir uma trégua mais longa, com a intenção de acabar com as quase três semanas de enfrentamento. Kerry e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moon passaram a última semana mediando conversas na região.

Apesar das negociações, o ministro de Defesa de Israel, Moshe Yaalon, chegou a alertar que poderia expandir a incursão terrestre na Faixa de Gaza “significativamente”. “Vocês precisam estar preparados”, declarou a soldados na sexta-feira.

Na cidade de Beit Hanoun, na região nordeste de Gaza, residentes encontraram destruição por onde chegaram. Muitos haviam fugido dias antes, após alertas de Israel de que a cidade seria atacada. Siham Kafarneh, de 37 anos, se sentou nos degraus de uma pequena mercearia e começou a chorar. Mãe de oito crianças, disse que aquilo que ela tinha passado 10 anos para conquistar havia sido destruído. “Não restou nada, tudo o que eu tenho se foi”, lamentou.

Israel lançou uma forte campanha aérea em Gaza em 8 de julho e depois mandou iniciou as incursões terrestres ao território comandado pelo Hamas, numa operação que os israelenses disseram ser direcionada para parar o poder de fogo do Hamas e destruir túneis usados por militantes para promover ataques.

Mais de 900 palestinos, a maioria civis, foram mortos, e mais de 6 mil feridos dos últimos 19 dias, de acordo com autoridades locais. Os ataques de Israel também destruíram centenas de casas e deixaram dezenas de milhares de desabrigados.

Israel diz que está fazendo o que pode para evitar o sofrimento de civis, incluindo o envio de alertas de evacuação para residentes em áreas alvo de ataques. O governo israelense culpa o Hamas por colocar os civis em perigo. Israel perdeu 37 soldados e dois civis e um trabalhador tailandês também foi morto.

Parece improvável que o cessar-fogo temporário desse sábado mude o curso das hostilidades. Enquanto o ministro da Defesa Israelense diz que espera que o Hamas não “afronte” os israelenses nunca mais, o Hamas afirma que não vai parar o fogo enquanto não receber a certeza da comunidade internacional de que o bloqueio de mais de sete anos a Faixa de Gaza será retirado. Fonte: Associated Press.

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