Computadores quânticos estão longe, mas um dia acontecerão, diz americano

Um dos laureados com o Nobel de física deste ano, o americano David J. Wineland, 68, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia e da Universidade do Colorado, concedeu uma entrevista onde apontou a qualidade do Instituto onde trabalha como um das razões do prêmio recebido.

Wineland, um dos pioneiros da óptica quântica, conseguiu aprisionar íons (núcleos de átomos) pela primeira vez em armadilhas eletromagnéticas usando lasers para “paralisar” as partículas. Seus trabalhos ganharam aplicações na construção de relógios de alta precisão e vem sendo usados no desenvolvimento da computação quântica, que busca processar informação com velocidade várias ordens de grandeza acima daquela que computadores convencionais atingem.

“Primeiro é importante lembrar que ainda há um longo caminho até os computadores quânticos. Mas eu acho que a maioria de nós sente que mesmo que demore para obtermos tal computador, isso irá acontecer algum dia. No fundo, é basicamente uma questão de como controlarmos esses sistemas melhor e melhor. Eu e Serge Haroche [que recebeu o Nobel junto] trabalhamos com átomos. Existem muitas outras plataformas onde isso pode ser desenvolvido, mas onde quer que aconteça, acredito que em algum momento estaremos aptos a construir tal instrumento.”

Ele contou que estava dormindo quando recebeu a ligação do comitê do Nobel. “Eu estava dormindo e minha mulher atendeu ao telefone. Tive uma grande surpresa, claro”, lembra.

Um dos principais interesse de Winelad é a melhora da precisão de relógios. “Historicamente sempre foi verdade que quando desenvolvemos melhores relógios sempre há alguma aplicação para eles. O principal uso deles nos últimos séculos foi a navegação e quanto melhor for o relógio que você usa melhor é a navegação você pode fazer. Relógios precisos são tem grande aplicação na área de comunicação. O relógio mais preciso do mundo está no nosso instituto”, disse o Nobel.

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