Premiê britânico defende restrições à imigração

O governo britânico planeja cortar a imigração, dos atuais 196 mil novos imigrantes que o país recebe a cada ano para 100 mil novos imigrantes por ano até 2015, revelou nesta segunda-feira o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron. O premiê, em um discurso no centro de Londres, afirmou que o governo britânico pretende desmascarar fraudes nos vistos e procedimentos que facilitam a entrada de imigrantes, como casamentos forçados, e também exigir que imigrantes que vivem no Reino Unido e queiram trazer suas famílias mostrem que possuem recursos econômicos suficientes para sustentá-las.

Segundo Cameron, provas sobre a cultura e as tradições britânicas serão um teste para os candidatos a imigrantes. Esses, propõe o premiê, precisarão tirar nota alta em história da Grã-Bretanha e também em inglês para obter os direitos plenos da cidadania acessíveis aos britânicos natos. Segundo o premiê, os serviços sociais da Grã-Bretanha estão ficando sobrecarregados com a chegada constante de novos imigrantes.

A proposta de Cameron tem sido criticada por alguns parlamentares. Keith Vaz, dirigente do Comitê de Assuntos Internos na Câmara dos Comuns, disse que a proposta de Cameron não se mostrou viável quando tentaram aplicá-la no passado. “Um método mais efetivo seria encontrar uma maneira dos imigrantes pagarem pelos serviços públicos”, disse Vaz.

Cameron também reclamou muito contra a prática dos casamentos forçados, uma prática que atualmente é punida pela lei civil e não criminal na Grã-Bretanha. Cameron quer que essa prática passe da jurisdição civil para a criminal, o que comportaria penas de prisão bem maiores para os responsáveis que forçam um cônjuge a se casar – geralmente, homens que forçam mulheres ao casamento, muitas vezes de países como Paquistão, Bangladesh e Índia. Segundo ele, forçar alguém a se casar deveria ser considerado crime. “O casamento forçado é quase igual à escravidão”, disse Cameron.

Cameron disse que planeja introduzir provas mais restritivas para os vistos de casais, tendo na mira imigrantes que tentam ganhar acesso ao Reino Unido, ou permanecer no país, com casamentos forçados.

As informações são da Associated Press.

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