Liechtenstein rejeita legalização do aborto em referendo

Eleitores do pequeno principado de Liechtenstein rejeitaram em um referendo neste domingo um plano de legalizar o aborto, após uma disputada campanha que levou o príncipe do país a ameaçar vetar a proposta de mudança na lei.

Opositores proposta ganharam o referendo com uma maioria de 514 votos. A contagem oficial apontou que 52,3% dos eleitores votaram contra e 47,7% se posicionaram a favor do plano de descriminalizar a prática do aborto nas 12 primeiras semanas de gravidez ou se o feto apresentasse deficiências.

Pela atual legislação, mulheres que tiveram um aborto correm o risco de terem um ano de prisão decretada, exceto nos casos em que a vida da mãe está em perigo ou ela é menor de 14 anos no momento da gravidez. Médicos que praticarem aborto podem ser detidos por três anos.

Os defensores da mudança argumentaram que a ameaça de acusação significava que as mulheres precisavam ir secretamente para Áustria ou Suíça, até mesmo para obter informações sobre suas opções em uma gravidez não desejada. Mas os opositores de Liechtenstein, país de maioria católica, alertaram que a proposta foi muito longe e pode resultar em abortos tardios de crianças deficientes. As preocupações foram compartilhadas pelo príncipe herdeiro Alois de Liechtenstein, governante de fato do país, que disse em um discurso no mês passado que usaria seu poder de veto para impedir a descriminalização do aborto.

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