Seis ativistas são mortos em protestos noturnos na Síria

Forças de segurança sírias mataram a tiros seis pessoas que participaram de protestos contrários ao governo durante a noite. As manifestações tiveram início após orações especiais noturnas do Ramadã em todo o país, informaram ativistas nesta quinta-feira.

Essas últimas mortes ocorreram enquanto linhas de telefone e comunicações permanecem cortadas na cidade de Hama, região central do país, onde violentas operações militares têm sido realizadas desde domingo.

Cerca de 1.700 civis foram mortos desde o início dos protestos contra o regime do presidente Bashar Assad, que tiveram início em meados de março, segundo contagem dos ativistas.

Rami Abdul-Rahman, que preside o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, disse que cerca de 1.000 famílias fugiram de Hama nos últimos dois dias, a maioria da vila de Mashtal Hilu, que fica no oeste, e de al-Salamieh, no leste.

Segundo ele, operações militares também são realizadas na cidade central de Homs, onde disparos de metralhadoras e armas automáticas foram ouvidos durante a noite nos distritos de Bab Sbaa e Qalaa districts. Pelo menos 27 pessoas foram detidas em ações das forças de segurança, disse ele.

Vídeos amadores postado por ativistas na internet mostram dezenas de pessoas no distrito de Midan, em Damasco, batendo palmas e gritando “nós não amamos você, Bashar!” e “Bashar, vá embora!” após saírem da mesquita de Daqaq.

As imagens, que segundo os ativistas foram feitas na noite de quarta-feira, mostram um grande tumulto e ouve-se o som de tiros. A câmera faz então um zoom em veículos com buracos de balas e vidros quebrados.

Outro vídeo postado durante a noite mostra um grande grupo de pessoas no distrito de Kfarzita, em Hama, marchando e gritando: “o povo quer derrubar o regime”.

Ativistas disseram que as autoridades efetivamente impuseram um bloqueio de informações a Hama ao cortar as linhas telefônicas fixas e de celular e o acesso à internet, depois de relatos de que pelo menos 100 pessoas foram mortas nos primeiros quatro dias das ações do governo.

Abdul-Karim Rihawi, presidente da Liga para os Direitos Humanos da Síria, sediada em Damasco, disse que em outras partes da Síria, seis pessoas foram mortas por forças de segurança na noite de quarta-feira. Dois manifestantes foram mortos a tiros no bairro central de Damasco de Midan, três na vila de Nawa e um da cidade de Palmyra. Os Comitês de Coordenação Locais, outro grupo que acompanha a repressão do governo, confirmou as mortes. As informações são da Associated Press.