Israel cobrava suborno por acesso a Gaza, diz WikiLeaks

Funcionários norte-americanos denunciaram que um importante cruzamento controlado por Israel para o transporte de mercadorias na Faixa de Gaza estava dominado pela corrupção, segundo uma mensagem diplomática do Departamento de Estado divulgada hoje pelo site WikiLeaks.

A mensagem diplomática de 14 de junho de 2006, publicada pelo jornal norueguês Aftenposten, afirma que grandes companhias norte-americanas disseram aos diplomatas que eram obrigadas a pagar subornos altos para levar mercadorias à Faixa de Gaza. Não estava claro se a situação prosseguia. Israel não comentou a questão.

No documento, um distribuidor local de Coca-Cola diz que pediram a ele mais de US$ 3 mil para atravessar o cruzamento de Karni com um caminhão. A fonte disse que “um funcionário de alta hierarquia”, não identificado, seria o chefe da operação ilegal. “A corrupção se estende à gerência de Karni, onde companhias de logística servem de intermediárias para funcionários militares e civis no terminal”, afirma o documento.

A fonte foi identificada como Joerg Hartmann, da distribuidora de Coca-Cola na Cisjordânia. A companhia não respondeu a um pedido de declarações. Segundo o documento diplomático, outras empresas como Procter & Gamble, Caterpillar, Philip Morris, Westinghouse, Hewlett-Packard, Motorola, Aramex e Dell haviam denunciado a corrupção na passagem. Não estava claro se as empresas concordaram em pagar o suborno, ainda que o documento diga que a Caterpillar havia se negado a fazê-lo.

A suposta corrupção ocorreu um ano antes de o Hamas tomar o controle da Faixa de Gaza e Israel impor um bloqueio econômico. Na época, a passagem estava fechada pela violência entre israelenses e palestinos.

Hartmann disse aos diplomatas que os subornos aumentavam após fechamentos prolongados na fronteira. O documento foi identificado como “uma mensagem diplomática conjunta” do embaixador norte-americano em Israel em Tel-Aviv e do cônsul-geral dos EUA em Jerusalém, que mantém contato estreito com os palestinos. A embaixada norte-americana não comentou o caso. As informações são da Associated Press.

Voltar ao topo