Países dizem que EUA desrespeitam direitos humanos

Os Estados Unidos foram acusados hoje de violações aos direitos humanos que vão da discriminação racial à superlotação carcerária nas prisões e abusos praticados por soldados norte-americanos no exterior, em um fórum da Organização das Nações Unidas (ONU) ao qual Washington prometeu participar em pé de igualdade com outros países, ao invés de desprezar o evento, como fez o governo do presidente anterior dos EUA, George W. Bush.

A subsecretária de Estado norte-americana Esther Brimmer disse que os EUA estavam preparados para responder às críticas durante a primeira revisão exaustiva do país ante o Conselho de Direitos Humanos do órgão. Se antecipando a duras críticas de adversários tradicionais como Cuba, Venezuela e Irã, Brimmer condenou as restrições à liberdade de expressão nos três países, assinalando ante o Conselho, de 47 nações, que o governo de Barack Obama estava acostumado a escutar críticas dos seus próprios cidadãos em jornais, em websites e em programas de rádio e televisão. “Alguns são respeitosos e construtivos, outros não são”, disse Brimmer. “Nós protegemos a todos”, acrescentou.

Em um forte discurso no qual destacou os avanços dos EUA, embora também suas falhas, Brimmer observou que “é ao nosso povo a quem, em definitivo, devemos prestar contas”, embora tenha reconhecido a disposição de Obama de escutar as recomendações dos outros países sobre como pode melhorar a situação dos direitos humanos nos EUA.

Um dos primeiros países a desafiar hoje os EUA foi a Rússia. Moscou pediu ao governo americano que decrete a abolição da pena de morte, ainda amplamente usada em vários Estados norte-americanos. Já a Indonésia, maior país povoado por muçulmanos no mundo, exortou Washington a promover melhor a tolerância religiosa. O México se queixou de que a individuação racial está se tornando uma prática comum em alguns Estados norte-americanos.

A China está entre as dezenas de países que instaram os EUA a ratificarem as convenções internacionais sobre os direitos das crianças e das mulheres que Washington assinou, mas que o Congresso dos EUA ainda não aprovou. Especialistas em direitos humanos opinam que é menos provável que sejam aprovados esses tratados, agora que os republicanos obtiveram um forte triunfo nas eleições e passaram a controlar novamente a Câmara dos Representantes (deputados). As informações são da Associated Press.

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