Transporte de animais demanda cuidados

Muitas pessoas consideram prazeroso e divertido passear de carro com seus bichinhos de estimação. Porém, o transporte de animais domésticos em veículos automotores deve obedecer algumas regras, garantindo tanto a segurança do motorista e dos passageiros quanto a do próprio animal.

Em cidades como Curitiba, é comum se deparar com cães sendo transportados soltos na poltrona ao lado do motorista ou mesmo no colo da pessoa que dirige. Muitas vezes, os cachorros passeiam com a cabeça e até as patas dianteiras para fora do veículo, latindo para pedestres e outros carros. Gatos são vistos no colo, sem qualquer outra proteção a não ser os braços dos proprietários. Todas estas são consideradas atitudes incorretas e inadequadas.

Pelo artigo 252, inciso B, do Código Brasileiro de Trânsito, é proibido carregar qualquer tipo de objeto (animais, pessoas ou volumes) entre as pernas, do lado esquerdo ou do lado direito do motorista. Em qualquer lugar do País, a desobediência, considerada infração média, pode resultar em multa e quatro pontos na carteira de habilitação.

?Ao transportar animais de estimação, sejam cães, gatos ou qualquer outro, a população deve levar em consideração as normas de direção defensiva. Elas dizem que, ao dirigir, as pessoas precisam estar totalmente concentradas no trânsito. Se houver um animal solto dentro do carro, a atenção do motorista em relação ao trânsito vai ficar naturalmente comprometida, havendo riscos de acidente?, comenta o assessor militar do Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná), tenente Alexandre Bruel Stange.

Como os animais são seres irracionais, estando soltos no carro eles podem pular sobre o motorista, comprometendo-lhe a visão por alguns momentos, ferindo-lhe involuntariamente ou fazendo-lhe retirar uma das mãos do volante; assustar pedestres, outros motoristas, ciclistas ou motoqueiros ao colocar a cabeça para fora do carro; e até mesmo pular da janela quando o veículo em que está parar no sinal, correndo o risco de ser atropelado, se perder ou machucar alguém. ?Soltos, os bichos também podem se ferir em caso de freada brusca ou colisão. Podem ser arremessados contra o vidro ou simplesmente cair do banco, sofrendo fraturas de patas?.

No caso de cães e gatos, a melhor forma de transportá-los é dentro de caixas especiais, comercializadas em pet shops. Estas devem ser fixadas no veículo (presas ao cinto de segurança) ou colocadas no chão, atrás do banco do motorista ou do passageiro da frente. A caixa nunca deve ser colocada no porta-malas, pois no local existe pouca circulação de ar e a atitude pode ser entendida como maus tratos. Cachorros de grande porte, cuja colocação em caixa é mais difícil, também podem ser levados presos na coleira, na companhia de uma pessoa que sente nos bancos de trás do veículo. Neste caso, o animal nunca deve ficar em cima da poltrona e sim com as patas no assoalho do carro. Pássaros devem ser colocados em gaiolas, assim como roedores.

Viagens com animais estão menos burocráticas

Foto: Divulgação
Cães e gatos: transporte deve ser em caixas vendidas em pets.

O porte de GTA (Guia de Trânsito Animal) deixou de ser obrigatório para pessoas que viajam com caninos e felinos. A não necessidade do documento está prevista no artigo terceiro da Instrução Normativa número 18, de 18 de julho de 2006, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A mesma foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 20 de julho.

Segundo o médico veterinário e assessor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), Ricardo Alexandre Franco Simon, a instrução normativa não gera grandes mudanças aos proprietários de animais. Isto porque eles continuam tendo que fazer uma visita ao veterinário antes de viajar com seus animais. A diferença é que, em vez de solicitar GTA, precisam pedir atestado sanitário, de porte obrigatório para qualquer deslocamento dentro ou fora do estado.

No Paraná, o documento deve ser emitido por médico veterinário devidamente registrado no CRMV-PR. O mesmo deve comprovar a saúde dos animais e o atendimento às medidas sanitárias definidas pelo serviço veterinário oficial e pelos órgãos de saúde pública, com destaque para a comprovação de imunização anti-rábica. ?No atestado, devem constar alguns dados obrigatórios, como nome do animal, idade aproximada, lote da vacina que ele recebeu, entre outros?, explica Ricardo.

A instrução normativa facilita a vida dos médicos veterinários que trabalham com cães e gatos, diminuindo-lhes a burocracia. Com o GTA, eles precisavam pegar blocos de emissão constantemente na Secretaria de Estado do Abastecimento e enviar ao órgão relatórios mensais das guias emitidas. Agora, nada disso é mais necessário. Para outros animais, o porte de GTA em viagens continua obrigatório.

Bicho solto no veículo pode gerar multa

Levar uma multa ao carregar animais de estimação soltos no carro costuma ser uma surpresa bastante desagradável para proprietários de cães, gatos e outros bichos. Há alguns meses, a publicitária Bruna da Silva Carvalho passou pela experiência.

Ela entrou no carro e colocou seu cãozinho poodle TJ no colo. Ligou o motor e, uma quadra após o local em que deu a partida, foi parada por uma agente de trânsito. Isto aconteceu em Curitiba, entre as ruas Lamenha Lins e Emiliano Perneta.

?Recebi uma multa de R$ 85,13. Depois disso, não ando mais com o TJ solto dentro do carro. Coloco ele na coleira e o prendo no banco de trás. Ele chora e pede para ir para a frente. Me dá pena, mas eu não deixo mais?, conta.

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