Alegria e magia

Hoje é dia da criançada se divertir no Guairinha

Atriz, figurinista, assistente de direção, produtora, iluminadora e (ufa!) também tem um pé na dramaturgia. Essa é Tally Mendonça, a artista paulista que recebeu o prêmio Arlequim, em 2014, como melhor atriz coadjuvante no Festival de São Paulo. Ela retorna ao Fringe deste ano pela terceira vez, trazendo sua peça premiada e mais uma que tem tudo para dar certo também.

Ambos os espetáculos são para o público infantil. O que foi premiado chama-se “Violeta, a Menina Leitora”. Ele veio ao Festival de Curitiba do ano passado e, devido ao sucesso, retorna esse ano. O outro espetáculo, que estreará agora nos palcos curitibanos, leva o nome de “A Princesa e a Lagartixa”. Em cada um deles, Tally tem múltiplas funções.

A história da atriz no teatro começa aos 16 anos, quando ela foi acompanhar a irmã mais nova em um ensaio na escola e foi obrigada a participar, pelo professor.

A partir dali, ela sentiu que gostava de atuar e, mesmo com a desistência da irmã, ela não desanimou. Mas, às vésperas do vestibular, acabou mudando de rumo. Primeiro, iniciou a faculdade de História, que acabou desistindo; depois, foi parar em Jornalismo, se formou e trabalhou na área corporativa por um tempo.

Um dia, após 10 anos de distância entre Tally e o teatro, seu pai ligou, dizendo que tinha um presente. Ele pagou a inscrição da filha na Companhia Macunaíma, uma grande companhia de teatro de São Paulo, e disse também que se ela quisesse concluir o curso, ele continuaria pagando as mensalidades.

Inicialmente, ela foi apenas para testar, pois já não achava mais que aquele fosse o lugar dela. Mas quando estava prestes a sair, o professor de Tally disse a ela que não sabia o quanto ela ainda precisava do teatro, mas que o teatro precisava dela. Com essa frase, ele a convenceu de continuar.

E tudo foi acontecendo. A cada dia, Tally se via desafiada por uma nova função no teatro. Ela teve a oportunidade de aprender todas as funções em seu curso, e mesmo não querendo atuar em produção, por exemplo, acabou tendo que fazer isso em uma peça.

“Hoje, eu gosto, é automático fazer produção para mim”, lembra. Nas peças que ela traz esse ano a Curitiba, fará parte do elenco, figurino, direção, iluminação e produção.

O prêmio foi uma surpresa. Ela conta que não esperava recebê-lo, pois as peças que concorriam com a Violeta eram superproduções, enquanto esta era simples, sem muitos recursos. A peça recebeu oito indicações, o que, para eles, já foi um prêmio.

“A gente passa a vida inteira ensaiando, no chuveiro, o discurso do Oscar, e quando falaram meu nome, eu não tinha a menor ideia do que falar”, lembra Tally, sobre a data.

A atriz está animada em voltar à cidade. “Curitiba sempre recebe tão bem a gente, é sempre tão bom estar em Curitiba. A gente espera retribuir o que ela sempre nos ensina, apresentar dois bons espetáculos e continuar uma história que a gente está construindo na cidade”, afirma. E diz também que o público curitibano é receptivo e caloroso, e que acredita muito na proposta do Fringe.

Confira as peças que Tally e seus colegas apresentarão na cidade e não perca!

Violeta, a menina leitora

Essa é a peça premiada, apresentada no Festival de Curitiba no ano passado. Ela conta a história de Violeta, que após ganhar da avó um livro mágico, vive aventuras inesquecíveis e se apaixona pela leitura. A peça tem como intuito despertar o interesse pela literatura nas crianças.
Quando? Hoje, às 18h.
Onde? Auditório Glauco Flores de Sá Brito, Mini Guaíra.

A princesa e a lagartixa

A nova peça retrata dois temas delicados: a aceitação de quem se é, contada por um jacaré que acredita ser lagartixa, e a morte, que é interpretada como a transformação de alguém em estrela. Tally diz que ambos os temas s,ão complicados, mas que o teatro os apresenta de uma forma bonita, porém com um fundo de realidade.

Essa peça será levada também a alguns hospitais infantis de Curitiba, para que as crianças internadas também possam entender esses assuntos de uma maneira diferente e mágica.
Quando? 28 e 29/03, às 10h.
Onde? Casa Hoffmann.