Mudança dos ventos

Qualidade técnica fez a diferença, desta vez pro Coritiba

A vitória do Coritiba sobre o Santa Cruz, sábado (23), em Recife, teve uma característica clara – e enfim a favor do Coxa, depois de ter sido o diferencial de vários resultados negativos. Apesar de todas as dificuldades já conhecidas, a qualidade técnica alviverde era bem superior à do adversário. E como aconteceu em outras partidas do Brasileirão (e o exemplo mais vivo é a derrota para o Atlético-MG), o talento foi decisivo, apesar de um bom rendimento tático da equipe de Pachequinho.

Essa organização foi importante na pressão inicial do Santinha. Precisando do resultado, o técnico Milton Mendes colocou os pernambucanos com três atacantes, Arthur, Keno e Marion. Como está claro, havia a ausência de Grafite, o único jogador acima da média. A trinca ofensiva dos donos da casa não rendeu – foi tão mal que dois deles foram substituídos, um deles (Marion) com 33 minutos do primeiro tempo.

A mudança aconteceu com o Coxa já na frente. Deliberadamente os alviverdes deram campo para o Santa Cruz, mas fechavam o espaço à frente da área. Em resumo, eram pressionados, mas corriam pouco risco – na única chance real, Wilson fez ótima defesa no chute de Arthur. Faltava ao Cori mais poder de conclusão, o que deixava a partida arrastada. Mas com os pernambucanos errando mais e se enervado a cada erro.

E aí foi preciso um lance para mudar a história da partida. Raphael Veiga cruzou, a bola cruzou a área e chegou a Kazim-Richards, que dominou e rolou para Kléber concluir, sem chances para Tiago Cardoso.  A partir daí – e até o final do jogo -, o Coxa foi superior, levou mais perigo ao gol do Santinha, e poderia ter ampliado ainda na etapa inicial, com João Paulo e Juninho.

Mas as chances mais claras de tranquilizar o jogo foram mesmo no segundo tempo. Depois de ótimo passe de Alan Santos, Kléber sofreu pênalti, mas ele próprio falhou na cobrança, permitindo a defesa. “Não bati bem o pênalti. Ele é um excelente goleiro, tem demonstrado isso no campeonato. Mérito dele, e erro meu, que bati muito mal”, admitiu o Gladiador.

Naquele momento o Coritiba já atuava com Kazim e Raphael Veiga mais abertos, formando uma segunda linha de marcação e impedindo de vez os donos da casa de chegar. E tendo chances no contra-ataque, como Felipe Amorim teve na última jogada da partida, quase marcando ao encobrir Tiago Cardoso. “Foi uma excelente partida. Marcamos, buscamos o resultado e vencemos. E esperamos cada vez melhorar mais”, resumiu o volante João Paulo.