Segue o martírio

Coxa joga bem, mas sofre com Robinho e perde pro Galo

Perder três pontos para o Atlético-MG em Belo Horizonte não seria uma tragédia para o Coritiba caso a campanha não fosse tão ruim. Os pontos perdidos contra América-MG, Botafogo e Figueirense transformaram a partida desta segunda-feira (18) num drama, e a derrota por 1×0 na confirmação da vice-lanterna do Campeonato Brasileiro. Por todos os erros acumulados no ano (não só na competição), a situação alviverde é desesperadora.

Veja como foi o Tempo Real de Atlético-MG x Coritiba!

O Coritiba entrou com uma formação mais defensiva. Dodô perdeu a posição na lateral para Ceará, que tem maior poder de marcação. Sem Vinícius, lesionado, com Bernardo fora de forma e com as péssimas fases de Felipe Amorim e Leandro, Pachequinho foi pragmático – escolheu Edinho para formar uma ‘muralha’ à frente da defesa ao lado de João Paulo e Alan Santos. Tudo para evitar um Atlético-MG agressivo, com Maicosuel, Robinho e Fred. “É uma marcação forte por dentro que a gente escolheu para ter possibilidade de sair para o jogo”, explicou Pacheco.

Antes do jogo começar, todo aquele clima amistoso dos encontros do Coxa com Marcelo Oliveira e sua equipe. Assuntos colocados em dia, cada turma foi para o seu lado – e cada turma no seu estilo. O Galo iria buscar o jogo, iria tentar o domínio e a pressão imediata. O Cori marcaria, daria campo mas tentaria sair em velocidade, apostando nas bolas longas para Kazim-Richards e Kléber.

O problema é que essa bola longa pegava dois zagueiros altos (Ronaldo e Leonardo Silva) de frente, dificultando principalmente para o Gladiador. Era melhor quando a equipe mantinha a posse de bola, explorando bastante a dificuldade de marcação de Douglas Santos e Carlos César. Já no sistema defensivo o início foi tranquilo, exatamente da forma que o Coritiba esperava – Robinho e Maicosuel fechavam pelo meio e os visitantes estavam firmes no setor.

O Coxa teve uma boa chance quando Juan apareceu livre pela esquerda. Aos 14 minutos, ele rolou para Kléber, que não quis chutar e tocou para Carlinhos, que estava desequilibrado e mandou nas mãos de Victor. Logo depois, João Paulo cobrou falta com muito perigo. Uma das chaves do bom rendimento alviverde era a marcação atenta a Rafael Carioca, que é o jogador que dita o ritmo do Atlético-MG.

Só que a irregularidade alviverde sempre assusta. Num erro de saída de jogo, a bola chegou em Carlos César, que cruzou para Carlos – que estava livre – mandar de cabeça para fora. Aos 22, outra falha e Robinho quase abriu o placar. Era aquela situação já vista em outras partidas, o Coxa controla o adversário mas tropeça nas próprias falhas. Os destaques eram Juan e Kléber, que davam trabalho na frente, e Ceará, justificando sua escalação.

Mas é duro enfrentar um time com elenco. Quando Carlos se machucou, ainda aos 36 minutos do primeiro tempo, Marcelo Oliveira olhou para o banco e chamou Lucas Pratto. O Galo estava com Fred, Pratto, Robinho e Maicosuel. Uma hora eles iam marcar. E foi aos 41 minutos, no cruzamento de Eduardo que Robinho desviou. Mesmo superior taticamente, o Coxa via a realidade cruel do futebol se repetir – a qualidade resolve.

No segundo tempo, o Galo seguiu pressionando, agora com a confiança de quem está em vantagem. O Coritiba buscava e contava com a ótima atuação de Kléber, mas quem chegava eram os donos da casa. Aos 12, Fred quase ampliou após jogada de Maicosuel. Na base da vontade, mas esbarrando no nervosismo e nos erros individuais, o Coxa equilibrava a partida.

Era uma luta ingrata. Não era uma atuação ruim, muito pelo contrário, e nem era um resultado absurdo (o Galo se aproxima do G4 com a vitória). Mas era o desgaste de tudo que o time sofria que trazia a tens&,atilde;o aos jogadores do Cori – que tem condições de evoluir no Brasileirão, desde que internamente haja a tranquilidade que a diretoria não conseguiu dar até agora. Kazim tentou aos 30, mas a bola desviou e saiu.

Aí veio o diferencial do melhor em campo. Aos 31, Kléber recebeu e tocou de letra para Carlinhos aparecer livre e deslocar Victor. Logo depois, Juan foi substituído por Bernardo – e de novo não saiu satisfeito. Pra agitar o jogo, Marcelo Oliveira colocou o jovem Clayton. E ele fez linda jogada pela direita e colocou Robinho na pequena área. O mérito da luta coxa-branca durou apenas oito minutos.

Na base do desespero, Pachequinho colocou Leandro e Felipe Amorim, mas foi Wilson quem fez dois milagres no final da partida. O jogo mostrou que a recuperação é possível, mas o resultado escancara que a momento é pra lá de preocupante.

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Ficha técnica

BRASILEIRÃO
1º Turno – 15ª Rodada

ATLÉTICO-MG 2×1 CORITIBA

Atlético-MG
Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Ronaldo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Eduardo, Maicosuel (Clayton), Robinho e Carlos (Lucas Pratto); Fred (Lucas Cândido). 
Técnico: Marcelo Oliveira

Coritiba
Wilson; Ceará, Luccas Claro, Juninho e Carlinhos; Alan Santos (Leandro), Edinho (Felipe Amorim), João Paulo e Juan (Bernardo); Kazim-Richards e Kleber.
Técnico: Pachequinho

Local: Independência (Belo Horizonte-MG)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Elio Nepomuceno de Andrade Junior (RS)
Gols: Robinho 41 do 1º e Carlinhos 31 e Robinho 39 do 2º
Cartões amarelos: Ronaldo, Eduardo (CAM); Edinho, Kazim (CFC)
Renda: R$ 639.656,00
Público total: 20.891