Na história do Atletiba

Estreante, Kazim-Richards vira herói e Coritiba vence

Todo Atletiba tem sua história. E todo Atletiba escreve mais uma página na história do futebol paranaense. Se alguém dissesse no início de 2016 que um turco (nascido na Inglaterra) decidiria um clássico, talvez essa pessoa fosse internada. Mas aconteceu ontem. Colin Kazim-Richards, o estreante da noite, inglês naturalizado turco, foi o autor do gol da vitória do Coritiba sobre o Atlético ontem, no Couto Pereira. O resultado deixa o Furacão na nona posição do Campeonato Brasileiro, e tira o Coxa da zona de rebaixamento.

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O jogo começou truncado – e foi assim até o final do primeiro tempo. O Coritiba ditava o ritmo da partida, mas daquele jeito que o Coxa vem jogando, com dificuldades, erros técnicos e mais empolgação do que organização. Taticamente o Atlético estava melhor postado, corria poucos riscos e chegava com muita facilidade à frente. Só que não tinha muita preocupação em atacar, parecia estar tentando minar aos poucos os donos da casa. Assim, a partida se arrastava.

Só as polêmicas não faltavam. Wilson atropelou Deivid na entrada da área. O árbitro Thiago Duarte Peixoto não marcou nada, o Atlético reclamou. A partir daí o juiz paulista perdeu o domínio do jogo. Faltas mais duras passavam batidas, houve empurra-empurra entre Pablo e Leandro, começaram a aparecer os cartões amarelos. E o jogo que já não era grande coisa, ficou pior. De clássico, apenas a tensão. Nem as torcidas estavam muito animadas.

Leandro, o mais fraco entre os 22 da etapa inicial, não voltou. A torcida coxa esperava Kazim, Márcio Goiano lançou Iago. Com três minutos, enfim uma jogada bonita, o cruzamento de Sidcley para Nikão, que chutou mascado e obrigou Wilson a se virar para defender. Mas o lance símbolo do jogo até então aconteceu pouco depois, quando Kléber apareceu sozinho na área, e em vez de dominar, escorregou e caiu. Não se podia dizer que os times não tentavam. O Atlético se soltou mais, os espaços apareceram, mas aí faltava qualidade.

Com a lesão de Ruy, finalmente Kazim foi chamado. A torcida alviverde acordou, e pela primeira vez em um ano e meio o Coxa tinha um camisa 10 em campo. E a entrada do turco deu uma animada o jogo. Do outro lado, Sidcley e Pablo se destacavam nas tabelas. Mas logo Pablo saiu e Marcos Guilherme entrou. E André Lima saiu e Walter entrou.

Nisso, já eram 26 do segundo tempo e a partida tinha mudado do status “ruim” para o status “monótona”. E justamente Colin Kazim-Richards foi quem alterou para o status “emocionante”. Aos 35 minutos, após João Paulo quase marcar, Juan cobrou escanteio, Edinho desviou e a bola se ofereceu para o turco, livre na pequena área, cabecear para o gol.

O grito primal do estreante se espalhou pelos companheiros e pela torcida, como se um peso gigante estivesse saindo das costas de todos. Há uns dois meses, Kazim só sabia de Atletiba pelo que o ex-companheiro Alex falava. Ontem, com menos de meia hora em campo, saiu como herói de um clássico que se encaminhava para um empate. Coisas do jogo mais importante do nosso futebol.

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