Sem medo de crise

Pressionado, Kleina já deu volta por cima no Coxa

A fragilidade do elenco e a falta de peças de reposição no Coritiba podem acabar estourando no técnico Gilson Kleina. O treinador, que não completou seis meses no comando do Verdão, já passou por alguns momentos turbulentos, sobretudo por conta da pressão da torcida para uma possível demissão. Porém, a boa atuação do Alviverde diante do Santos, domingo, na Vila Belmiro, principalmente no primeiro tempo, e a queda de rendimento depois da saída de alguns jogadores, provam mais a falta de qualidade do grupo do que a incapacidade de Kleina em conseguir comandar o time.

O atacante Kléber, artilheiro do Verdão na temporada com 16 gols marcados em 16 partidas, defendeu o treinador e afirmou que a culpa é mais dos jogadores do que propriamente do comandante. O Gladiador frisou ainda a incapacidade do Coxa – e isso tem acontecido desde as finais do Paranaense – em aproveitar melhor as chances de gols criadas durante as partidas.

“A gente vai estar sempre com o Kleina. Como eu disse, o time tem jogado bem. Agora, o treinador não entra para colocar a bola para dentro, ele não perde gol. Ele dá a condição para o time jogar bem e o time tem jogado bem. Então, algumas coisas precisam melhorar e isso é com os jogadores”, apontou Kléber.

Gilson Kleina está tendo que matar um leão por dia para vencer a desconfiança do torcedor. O treinador tem o grupo nas mãos e é constantemente elogiado pelos jogadores. Antes mesmo de a temporada começar, ele teve a sua contratação bastante contestada, sobretudo por conta dos recentes insucessos colhidos nos times que passou e por ter rebaixamentos na sua carreira como técnico.

Na disputa do Campeonato Paranaense, o Coritiba demorou para engrenar e, nos piores momentos do clube, a paciência do torcedor com o treinador, que já era pouca, esgotou-se rapidamente. Porém, Kleina venceu a desconfiança, transformou o Verdão a candidato ao título, mas falhou na decisão contra o Atlético. Mas a perda do título tem mais a ver com os desfalques de peças importantes – como Juan e Ceará -, do que com o trabalho da comissão técnica.

Assim, o técnico, neste início de Brasileirão, está tendo que se virar com o que tem. A diretoria coxa-branca está atrás de reforços, mas nenhum jogador foi contratado após a disputa do Estadual. O treinador, depois do duelo contra o Santos, ressaltou a necessidade de reforços.

“Estamos trabalhando com isso (contratações). Claro que precisamos, mas o mercado está muito competitivo nesse sentido. A gente precisa ser dinâmico para que as coisas possam acontecer. Dois grandes reforços que podemos ter é a recuperação do Ceará e do Juan”, pontuou o comandante alviverde, que frisou ainda a importância de jogadores das categorias de base que têm entrado, casos de Ícaro, Guilherme Parede e Thiago Lopes.

“Acabamos o jogo (contra o Santos) com cinco ou seis jogadores da base. Falamos para os garotos que quando a oportunidade está acontecendo, tem que aproveitar. Ao mesmo tempo em que todo mundo elogia quando os garotos estão sendo aproveitando, a gente sabe que vem a cobrança”, finalizou.