O Atletiba é um jogo diferente, mexe com as multidões e tem o poder de transformar as realidades dos dois principais clubes do Paraná. O Coritiba, que vinha de uma série de sete vitórias, com o melhor ataque e a defesa menos vazada do Estadual, parece ter sentado em cima dos números e, depois de ser goleado por 3×0 para o Atlético, na Arena da Baixada, no primeiro duelo da final do Campeonato Paranaense, voltará a viver dias de pressão nesta semana.
Para o Atlético, a vitória prova que, mais uma vez, quando o técnico Paulo Autuori teve uma semana cheia para trabalhar, o resultado aparece dentro de campo. Apesar dos desfalques do volante Otávio, do meia Vinicius e do atacante André Lima, e de ter feito outras duas mudanças no time, o Furacão não tomou conhecimento do Coxa, engoliu o rival e levou uma grande vantagem para o jogo de volta.
O zagueiro Paulo André, um dos jogadores mais experientes do Furacão, ressaltou a importância da vantagem conquistada e, sobretudo, a confiança adquirida para a partida de volta, domingo (8), no Couto Pereira. “Qualquer vantagem seria importante. Não nos dá tranquilidade, porque sabemos que no futebol tudo é possível, mas nos dá confiança para fazer um grande jogo lá e sair com o título”, declarou o defensor atleticano.
A vitória maiúscula do Atlético comprova também a boa gestão do técnico Paulo Autuori. O comandante rubro-negro não teve medo de mudar a equipe e, mesmo com inúmeras alterações, o Furacão, além de comprovar a qualidade do seu elenco, manteve seu padrão de atuar na Arena da Baixada e, a exemplo do que fez em outros jogos decisivos do Paranaense e da Copa do Brasil, conseguiu fazer o dever de casa e sair com um placar elástico de campo.
Para o Coritiba, o revés sofrido na Arena da Baixada trouxe algumas constatações. O time alviverde, acuado no seu campo quase os 90 minutos da partida, limitou-se a chutar uma bola para o gol de Weverton durante todo o jogo. O Verdão, que vinha atravessando uma grande fase e um clima de tranquilidade, terá agora uma semana tensa pela frente. Pior do que perder o título, o Coxa entrará, a partir da semana seguinte, ainda mais pressionado para iniciar a sua caminhada no Campeonato Brasileiro.
A exemplo do Atlético, o Coritiba também teve desfalques importantes, mas desta vez, as peças de reposição não corresponderam e voltaram a levantar a dúvida sobre a qualidade do grupo do Verdão para a disputa do Campeonato Brasileiro. Assim, a partir de agora, o Coxa terá uma semana para juntar os cacos e arrumar a casa para a missão quase impossível que o time alviverde terá pela frente.
Reverter a vantagem será também uma oportunidade para o Coritiba provar que a goleada sofrida por 3×0 foi um acidente de percurso e também para salvar o primeiro semestre do time alviverde que, se não foi perfeito e passou longe disso, foi bastante proveitoso sob o comando do técnico Gilson Kleina. “Vamos fazer uma reflexão, uma avaliação do que conversamos e na terça-feira (3) mostrar essas situações para que a gente possa ter inteligência para o segundo jogo. Sabemos que a vantagem ficou longe, mas há várias situações no futebol que servem de exemplo. Então, temos que acreditar. Esse vai ser o lema dessa semana. Acreditar e poder coroar o trabalho que está sendo muito bem feito”, finalizou Kleina.