Sem saída

Dias difíceis cercam o Paraná por conta da Vila Capanema

Se dentro de campo, apesar da queda de rendimento recentemente, o Paraná vem fazendo um bom 2016, fora dele a situação vai ficando cada vez mais complicada este ano. Isto por causa da briga que o clube vem tendo com a União por conta da Vila Capanema.

O problema se agravou na última sexta-feira (18), quando a desembargadora Marga Inge Barth Tessler, a última que faltava votar no caso, votou junto com o relator a favor da reintegração de posse do terreno para o governo federal. No entanto, a novela ainda não acabou. Nesta semana, o Tricolor ainda pode entrar com embargos de declaração se existir alguma omissão ou contradição no processo. Além disso, o Paraná ainda pode buscar uma medida cautelar para que não seja executada a decisão.

Porém, a situação vem ficando cada vez mais insustentável a favor do clube. Desde julho do ano passado, quando o desembargador Fernando Quadros da Silva, da 3ª Turma do TRF-4, anunciou voto contrário ao Tricolor, a causa foi ficando longe do lado paranista. No começo deste mês, foi a vez do desembargador revisor Ricardo Teixeira do Valle Pereira dar voto favorável a União.

Com dois dos três votos contra si, o Paraná já perderia o poder da Vila Capanema. Mas duas situações criavam uma esperança no clube. A primeira era o fato de o presidente Leonardo Oliveira ter se manifestado oficialmente e garantido que as informações a respeito do estádio eram inverídicas e causavam repúdio, uma vez que o processo seguia em andamento.

A outra, e mais importante, é que, caso a Vila Capanema fosse repassada para a União, o Tricolor teria que ser indenizado por conta das reformas e benfeitorias realizadas no imóvel desde os tempos de Ferroviário. Só que a esperança praticamente acabou quando foi anunciado que o valor estipulado para essa indenização, segundo o TRF, seria de cerca de R$ 1 milhão.

Até que na semana passada a desembargadora Marga Inge Barth Tessler deu seu voto. Por enquanto, a Vila segue do Paraná até que uma nova perícia seja feita no local, para aumentar o valor da indenização. Além disso, o clube pode entrar na Justiça e, até a decisão final, adiar este embróglio, que vem se arrastando há 44 anos, mas de 2013 pra cá vem dando dor de cabeça ao Tricolor.

Emocional

Enquanto a situação não chega a uma conclusão, o Paraná também faz um apelo emocional para manter o estádio. Nesta segunda-feira (21), o clube soltou uma nota oficial dizendo que é o responsável pela manutenção da Vila e que está aproveitando o fato de jogar as duas últimas rodadas da primeira fase do Estadual fora de casa para fazer uma “manutenção preventiva da estrutura da cobertura da arquibancada social para dar mais segurança e conforto à torcida”.

Na nota, o Tricolor também afirma que a Vila Capanema é um patrimônio do Paraná Clube e do futebol e que caberá ao clube cuidar muito bem e para sempre.

Boqueirão

Em meio a tudo isso, o Paraná também tem que se preocupar onde vai jogar. O sonho, em toda esta situação, era reformar a Vila Olímpica do Boqueirão. Uma espécie de troca com a prefeitura, que construiría uma arena no local e ficaria com o terreno da Vila Capanema.

Só que as negociações foram esfriando a ponto de o próprio clube já descartar a reforma e seguir utilizando o local para treinamentos e jogos das categorias de base, mas sem investir na reestruturação da praça, que segue em condições precárias e incapaz de receber partidas oficiais.