Na Justiça

Tribunal diz que União é dona da área da Vila Capanema

O Paraná perdeu no processo pela posse do terreno da Vila Capanema no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4). Nesta quarta-feira (9), o desembargador revisor do processo, Ricardo Teixeira do Valle Pereira, deu voto favorável ao governo federal, concordando com o relator do caso, o desembargador Fernando Quadros da Silva, que havia declarado que a União seria a dona legítima do local por possuir o registro de matrícula do imóvel. Dessa forma, dois dos três desembargadores da 3ª Turma do TRF-4 foram contra a manutenção do terreno do estádio com o Tricolor.

O processo agora entra na fase de discussão de uma possível indenização ao clube pelas benfeitorias feitas na área. A análise segue para a terceira desembargadora do caso, Marga Inge Barth Tessler, que pediu vistas ao processo por haver discordância sobre o cálculo para chegar no valor ao qual o clube teria direito a receber. O Tricolor ainda pode recorrer da posse do terreno ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. 

A área onde está o Durival Brito pertencia à Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA) – o Ferroviário, um dos clubes que deu origem ao Tricolor, era formado por funcionários da empresa estatal de transporte. Entretanto, em 2007 a RFFSA foi extinta e seu espólio passou para a União. Há 44 anos, desde que o Ferroviário se juntou ao Britânia para formar o Colorado, o processo sobre quem é o proprietário do imóvel no bairro Jardim Botânico corre na Justiça.

Troca

Antes do resultado adverso no TRF-4, a diretoria do Paraná já cogitava uma permuta para continuar na Vila Capanema. A proposta era costurar um acordo em que o Tricolor seguiria no Durival Britto em troca de um dos imóveis de propriedade do clube. Entretanto, o clube não revela qual seria o patrimônio oferecido à União: a Vila Olímpica do Boqueirão, parte da sede social da Kennedy ou o CT Ninho da Gralha.

“A gente está negociando essa permuta”, admitiu o vereador paranista Tiago Gevert (PSC), um dos líderes nas conversas do lado tricolor e que fez parte do grupo Paranistas do Bem, que assumiu o clube em março de 2015, após a renúncia de Rubens Bohlen.

Apesar do discurso de Gevert, o presidente do Paraná, Leonardo Oliveira, afirma desconhecer as negociações.