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Escolha de novo mascote reforça aproximação entre ‘novo’ Atlético e torcida

Nada que Mário Celso Petraglia faça ou diga é da boca para fora. Experiente e estrategista, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético provoca polêmicas e, ao mesmo tempo, agita o noticiário do clube. E tem idéias antenadas com a evolução do esporte como negócio. Foi o que fez ao anunciar nas redes sociais uma possível mudança de mascote do Atlético.

Segundo o especialista em marketing esportivo e negócios do esporte, Erich Beting, a proposta pode ser positiva para o Furacão pois o fácil acesso dos torcedores a ferramentas de interatividade garante a rápida disseminação do tema, além de atingir o público mais jovem facilmente. “É difícil dizer se vai dar certo ou não, mas hoje se tem mais ferramentas para se trabalhar algo deste tipo do que jamais se teve. É o melhor momento para isso”, disse.

E de forma indireta Petraglia se integra ao processo de reaproximação do clube com imprensa e torcedores, que vem desde a eleição do presidente Luiz Sallim Emed. Anunciar um concurso deste nível e neste momento mostra que há uma mudança clara na estratégia no marketing de relacionamento do clube para arrebatar jovens torcedores e futuros consumidores.

A proposta de Petraglia, que será discutida por uma comissão formada por sócios e conselheiros, tem por objetivo escolher um substituto para o tradicional “Cartola”, mascote oficial, e o “Furacãozinho”, usado em algumas ações de marketing. Todos os símbolos usados até hoje, no entanto, não criaram a empatia esperada.

História

A relação com as tradições e histórias do clube será fundamental para que o novo mascote consiga agradar a maioria. Segundo Beting, esta é uma exigência imutável para uma mudança como a proposta. “Não adianta criar um concurso com o mascote mais bonito e mais bem votado, se ele não tiver identidade com a história do clube. Invariavelmente, depois do primeiro impacto, terá que ser refeito no futuro”.

A ideia da consulta visa instigar a participação e o engajamento da torcida. “É importante, mexe com a torcida e aproxima a gente do torcedor. É interessante discutir isso com a torcida para que ela dê sugestões e tentarmos um consenso maior sobre o que realmente o mascote representa”, explicou Luiz Sallim Emed.

Para o especialista em marketing esportivo o novo símbolo precisa dialogar obrigatoriamente com o público infantil. “Se ele é legal, simpático e faz brincadeiras, rapidamente cativa a criança de hoje para uma associação positiva na relação de consumo e paixão lá na frente”.

Base deve ser mais usada

Metade do elenco profissional formado na base do Atlético. É esse o desafio proposto pelo presidente Luiz Sallim Emed para o departamento de futebol. A meta foi anunciada na reunião da última segunda-feira, e divulgada com pompa pelo site oficial do clube. “Há o compromisso de manter, no mínimo, 50% do elenco com atletas formados em casa e com o perfil do Atlético, de raça, força e determinação”, declarou.

Apesar de ter formatado o elenco com um número de pratas da casa abaixo do estabelecido como objetivo, já que apenas 12 dos 33 jogadores do grupo são formados no clube, a direção atleticana diz acreditar que está fortalecendo a base com as parcerias firmadas com alguns times paulistas. “Além de formar jogadores, o Atlético inicia também a formação de técnicos, que podem ser utilizados pelo nosso clube. Outra vantagem é que nossos atletas continuam trabalhando com o nosso sistema e a nossa escola”, comentou, sobre a parceria com a Ferroviária-SP. A equipe de Araraquara conta com jogadores formados no Furacão e o técnico português Sérgio Vieira, que trabalhou na base rubro-negra e chegou a comandar a equipe principal, de maneira interina, no último Brasileirão.

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Segundo Sallim, a ideia da parceria é dar experiência e chance para as crias atleticanas aparecerem, incorporando os destaques à equipe principal. “Nosso objetivo na formação é atender a equipe principal com jogadores de qualidade e identificados com a história do clube. Já temos um grupo de atletas passando por esse amadurecimento e que terão reais condições de serem aproveitados no futuro”, concluiu.

Teste

O Marcílio Dias será o primeiro teste do Atlético em 2016. O Furacão vai enfrentar a equipe catarinense no próximo sábado à tarde, no CT do Caju, em jogo-treino fechado para a imprensa. O objetivo da atividade é permitir ao técnico Cristóvão Borges – que vem elogiando o rendimento e a adaptação dos reforços recém-chegados – avaliar o elenco para a temporada. A única baixa do plantel é o meia-atacante Nikão, que se recupera de uma lesão no tornozelo.

O Atlético ainda deve disputar outro jogo-treino no fim de semana seguinte, antes da estreia oficial em 2016. Não há, porém, informações sobre qual seria o adversário do segundo teste do ano. Partida valendo três pontos o Furacão terá apenas no dia 27, quando vai ao Rio de Janeiro encarar o Fluminense pela Primeira Liga.

Ficções! Veja a opinião sempre polêmica de Augusto Mafuz!