Sede fantasma

Imóvel da Sede da Kennedy está praticamente sem movimento

Se nos últimos anos a sede social da Kennedy vinha sobrevivendo com a ajuda de aparelhos, a aprovação da venda do local pelo conselho deliberativo do Paraná, no dia 30 de outubro, praticamente sepultou as atividades cotidianas do deficitário imóvel situado na Vila Guaíra.
Pior para funcionários e os raros associados que ainda frequentam as instalações.

Os primeiros alegam que não foram avisados pela diretoria sobre o prazo para o possível encerramento dos vínculos empregatícios ou pagamento dos salários atrasados, que assolam praticamente todos os trabalhadores do local.

“A informação que nos foi repassada por terceiros é de que, assim que a nova diretoria assumir (em dezembro) todos nós teremos de buscar nossos direitos na Justiça do Trabalho”, alega um funcionário que há mais de 15 anos trabalha no clube. Com medo de sofrer retaliações, o trabalhador prefere não ser identificado.

Garantia
A diretoria paranista, por sua vez, afirma ser prematuro notificar os funcionários enquanto as negociações de venda não avançam. “É normal que haja esta insegurança, mas pedimos para que os funcionários mantenham a tranquilidade. No momento certo chamaremos todos para conversar”, garante o presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha.

Sócios
Já para os associados que continuam honrando em dia os valores das mensalidades impera o sentimento de frustração.
Há tempos o clube já não oferece os serviços prometidos. Funcionário público aposentado, Victor Alberto Cademartori, de 65 anos, fazia aulas de natação no local há mais de seis anos.

“Agora já tem mais de dois meses que não temos aulas. A gente paga por um serviço que o clube não entrega. Estou pensando se pago a mensalidade do mês que vem. Se é para ficar assim, que fechem a sede de uma vez”, desabafa Cademartori.

Área

O clube definiu que venderá cerca de dois terços do total de 35 mil metros quadrados do terreno. A área em que fica o salão social, com cerca de 4 mil metros quadrados, atualmente arrendado para uma empresa de eventos, compõe parte da metragem que não será vendida. Os outros cerca de 6 mil metros quadrados que permanecerão de posse do Tricolor ainda não foram definidos.

O clube mantém em sigilo absoluto a existência de possíveis propostas e compradores. A única garantia é de que o imóvel está de fato à venda. Ainda antes do aval do Conselho Deliberativo, no entanto, diretores revelaram a existência de um comprador interessado em pagar cerca de R$ 100 milhões pela área total do terreno.