Quase deu certo

Tricolor usa bem o ‘tiki-taka’, mas falhas estragam os planos

Um time compacto, com boas trocas de passes e trabalhando a posse de bola em busca de espaços no ataque. Mais uma vez o Paraná mostrou que já aprendeu o estilo Fernando Diniz de jogar. Apesar da derrota para o América-MG ontem, o Tricolor em nenhum momento mudou seu estilo de jogar por conta do resultado e pela falta de gols. Pelo contrário. Ainda no primeiro tempo, o treinador ousou em tirar Jean para colocar Thiaguinho, na tentativa de pressionar o Coelho.

O tropeço, é verdade, veio por conta de falhas da equipe. No primeiro gol, mesmo com mais jogadores na grande área, a defesa paranista ficou apenas olhando a bola e Robertinho, livre de marcação, aproveitou. Depois, Luciano Castán mais uma vez cometeu um pênalti – o terceiro dele nesta Série B. Mas os acertos foram maioria.

Domínio

Tanto que em muitos momentos o que se viu foi um América-MG recuado, quase que com todos os jogadores no seu campo defensivo, enquanto o Paraná trabalhava a jogada, com a bola passando de pé em pé, sempre com alguém saindo da marcação e se aproximando como opção para quem estava com a bola. A prova disso está nos. No total, o Tricolor acertou nada menos do que 534 passes e errou apenas 45, totalizando 92%. Como comparativo, o América-MG, no total, trocou apenas 147 passes, acertando 116.

Desta forma, o Paraná teve também amplo domínio da bola. Passou 72,6% do tempo com ela nos pés. Quando os mineiros tinham a bola, a forte marcação paranista também deu conta. Foram 19 desarmes e apenas sete faltas cometidas.

Por outro lado, os extremos falharam. A defesa, nos lances dos gols dos donos da casa. O ataque, na falta de criatividade e pontaria. O Tricolor finalizou 15 vezes ao longo da partida, mas apenas um chute foi em direção ao gol. Cruzamentos na área foram dez, mas apenas um deu resultado.

Chiquinho se aposenta

O lateral-direito Chiquinho, de 28 anos, que rescindiu o contrato com o Paraná recentemente, decidiu parar de jogar futebol. A decisão do agora ex-atleta foi comunicada ontem, em uma rede social.

Chiquinho tinha contrato até maio de 2016 e retornou em junho, após uma passagem pela Cabofriense. No entanto, o jogador não foi aproveitado na Série B. Após o clube admitir ter recebido R$ 90 mil emprestados do pai de Chiquinho no ato da contratação, jogador e Paraná entraram em acordo para encerrar o vínculo.

Na sua despedida, ele lembrou do início no futsal, os primeiros clubes e a sensação de se tornar profissional e jogar em grandes estádios. “Amigos vendo ao vivo pela TV e até o privilégio de jogar com o Baixinho, no Vasco”, relembrou.

Chiquinho ainda admitiu que saiu de casa cedo em busca do sonho e que agora optou por tentar recuperar o que abriu mão. “Quero acompanhar o crescimento do meu sobrinho, curtir a velhice e a experiência dos meus pais, me casar e formar uma família, viajar, estudar, fazer o que quiser e quando quiser”, disse o ex-atleta.

“O que fica é a sensação de que em um mundo tão competitivo por vezes cruel como o do futebol, onde vários se perdem pelo caminho, eu vim, vi e venci”, afirmou.

Além de ter atuado pelo Paraná, Chiquinho jogou também por Vasco, América-RN, Marília, Macaé, ABC-RN, São Bernardo, Caldense, América-MG, Guarani, Catanduvense e Tombense. (Robson Martins).