Rivais históricos

Há dez anos, Atlético e São Paulo decidiram a Libertadores

Inimigos mortais durante muito tempo, Atlético e São Paulo duelam às 22h, na Arena da Baixada, hoje, em clima de trégua. E em data simbólica para a história recente de guerra entre os adversários.

Exatamente há uma década, nas primeiras horas do dia 1º de julho de 2005, o Furacão empatava em 2×2 com o mexicano Chivas, em Guadalajara, pela partida de volta das semifinais da Libertadores. Como havia vencido o duelo de ida por 3×0, o Furacão carimbava vaga na final. O oponente, justamente o São Paulo.

Os bastidores do embate deflagraram os primeiros atos de uma extensa série de hostilidades entre os clubes. Isto porque, mesmo com as arquibancadas tubulares instaladas pelo Atlético para alcançar os 40 mil lugares exigidos para a ocasião, o Tricolor não aceitou jogar na Arena da Baixada.
A Conmebol acatou a argumentação paulista e, com isso, o Furacão teve de mandar o duelo de ida no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Empate em 1×1. No Morumbi, no jogo de volta, vitória por 4×0 e título do São Paulo.

Traumas

O incidente legou traumas profundos para o Furacão. Até mesmo a arquitetura da Baixada reformada para a Copa do Mundo de 2015 sofreu reflexos do acontecido. Para alcançar a traumática capacidade de 40 mil lugares, o clube abriu mão de uma Arena arquitetonicamente simétrica e optou por reformular a casa própria por completo.

Para piorar, neste intervalo de tempo, as equipes travaram uma sequência de disputas polêmicas por jogadores que tinham contrato com o Rubro-Negro, como os atacantes Dagoberto e Aloísio e o lateral-direito Jancarlos, que rumaram para o Morumbi.

Problema era o Juvenal Juvêncio

Há duas semanas, o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, em entrevista à Fox Sports, disparou contra o ex-presidente do Tricolor, Juvenal Juvêncio, e celebrou a recente prisão de Eugênio Figueiredo, diretor da Conmebol que bateu o pé para que a final da Libertadores não fosse disputada na Baixada. Mas revelou que o clima atual é outro: armistício.

“Não tinha clima ruim com o São Paulo. Tinha um clima muito ruim com o Juvenal Juvêncio. Nos roubou o Dagoberto na mão grande. Nos tirou o jogo da Baixada. Um tempo depois falei com ele e disse que a fotografia do São Paulo campeão da Libertadores de 2005 é fruto de corrupção”, afirmou.
Em seguida, o cartola atleticano elogiou o atual presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, e disse que hoje faria negócios com o clube paulista, algo impensável há pouco tempo atrás.

Times

Para o jogo desta noite, o técnico do Rubro-Negro, Milton Mendes, conta com o retorno de suspensão do zagueiro Kadu, na vaga de Ricardo Silva e do goleiro Wéverton no lugar de Santos. Já o São Paulo, comandado pelo colombiano Juan Carlos Osorio, terá um time remendado. Os zagueiros Tolói e Dória, o volante Hudson e o atacante Luis Fabiano não jogam. Em suas vagas, entram os zagueiros Lucão e Edson Silva, o volante Thiago Mendes e o meia Boschilia.