Com o grupo na mão

Antes com desconfiança, Milton leva o Atlético à liderança

O sucesso do Atlético nesse início de Brasileirão, com três vitórias em quatros jogos e a liderança do campeonato, tem um personagem fundamental: o técnico Milton Mendes. Desde que o treinador chegou na Baixada, há 41 dias, o Furacão foi gradativamente melhorando após o Torneio da Morte estadual. Mesmo com o sucesso, o treinador não faz projeções para o campeonato. Mas o que Milton Mendes fez que mudou a cara do time?

Disciplina

Milton Mendes trata bem os seus jogadores, mas, respaldado pela diretoria, não tolera indisciplinas. Neste período já afastou dois jogadores, os jovens Marco Damasceno e Crysan. Ambos foram para balada juntos na véspera do jogo contra o Atlético-MG. “Eu trato eles como meus filhos e, quando tomo uma decisão, penso muito o que meu filho pensaria naquele momento, o que ele faria. Sim, nós temos que punir”, justificou na ocasião.

União

Contrariando o discurso dos antecessores Claudinei Oliveira e Enderson Moreira, Mendes já chegou dizendo que o clube não precisava de reforços. Uma atitude clara para ganhar o grupo. Deu certo. Quando o time vence, faz questão de comemorar com os jogadores na frente da torcida. Quando a equipe perde, assume todas as responsabilidades. Vários jogadores já declararam nesse período que estão fechados com o técnico.

Defesa

O treinador chegou a fazer alguns testes na defesa, mas tem o mérito de ter acertado o setor com a entrada de Kadu ao lado de Gustavo. Com essa dupla, o Atlético tem a quarta melhor defesa da competição, com três gols sofridos. Apenas Goiás, São Paulo e Corinthians sofreram menos. A dupla de volantes formada pelos pratas da casa Otávio e Hernani também tem dado conta do recado.

Walter

O atacante é o principal jogador do Furacão e Milton Mendes sabe disso. Não é à toa que o jogador tem total liberdade em campo. Às vezes o camisa 18 está no meio ou na lateral, iniciando as jogadas e organizando a equipe, e às vezes está perto da área, para finalizar. Sem tanta obrigação de marcar, Walter consegue ser o diferencial rubro-negro mesmo quando não faz gols ou assistências por causa da visão de jogo.

Recuperar jogadores

O principal exemplo é Douglas Coutinho. O técnico admitiu que o atleta passou por problemas pessoais e que precisava escalá-lo para recupera-lo. Deu certo e o jogador fez dois gols nos últimos dois jogos. Também entram nessa lista de jogadores o meia-atacante Nikão, o lateral-esquerdo Natanael, o volante Otávio e até o atacante Cléo, que retornou bem contra o Joinville após dois meses lesionado.