Orçamento restrito

Paraná Clube estipula teto salarial entre R$ 15 e R$ 20 mil

Mesmo tendo dinheiro para receber de Werner, o Paraná não quer explorá-lo. Por isso, a diretoria decidiu estipular um teto salarial no elenco, que varia entre R$ 15 e R$ 20 mil, para conseguir manter as contas em dia com o dinheiro dos ‘Paranistas de Bem’.

As exceções seriam de Marcos e Lúcio Flávio, dois dos poucos remanescentes do Estadual. O primeiro, pela segunda vez no ano, aceitou reduzir o salário novamente e continua na Vila Capanema até o final deste ano. O segundo, Lúcio Flávio, optou por recusar.

Ídolo da torcida e capitão da equipe, o camisa 10 recebia perto de R$ 60 mil mensais – entre o salário atual e o parcelamento dos sete meses atrasados. A cúpula tricolor queria diminuir drasticamente para R$ 25 mil, com o teto e mais o adicional do acordo.

Lúcio, em um passado bem recente, disse que preferia seguir ‘em casa’ do que passar dificuldades longe de Curitiba. Tanto que recusou a investida da Ponte Preta neste ano. Fez o mesmo em 2014, durante a disputa do Brasileirão, quando o rival Atlético tentou levá-lo para a disputa da Série A. E em 2015 novamente após uma sondagem.

Discordância

Algo que mudou nessa troca do alto comando do Paraná. O experiente atleta não concorda com a diretriz de Vavá e Quitéria sobre o rumo do departamento de futebol, mas prefere sair dizendo que não existiu problema. ‘Em três anos não teve um dia que recebi em dia. Queria deixar isso bem claro e ainda tenho partes a receber. As pessoas vão tirando suas conclusões, existe a palavra mercenário, mas não existe em minha parte. Agora vou projetar outras coisas, pois quando eu voltei não era meu desejo’, disse ontem na Vila Capanema.

E essa divergência não é única. Marcos Serrato, Lucas Pará, Ricardinho, Rossi e Rubinho não entraram em acordo com o clube também. Os dois primeiros devido à gestão anterior, que não prolongou o contrato e ambos assinaram pré-contratos com Ponte Preta e Atlético, respectivamente. Ricardinho é um caso parecido, enquanto os dois últimos tinham salários perto dos R$ 30 mil e a direção avaliou que não valia o custo-benefício.

Dinheiro vem dos juros

Mas de onde vem todo esse dinheiro e como ter a certeza de que Carlos Werner não vai cobrá-lo quando sair? Com certeza é um pensamento de qualquer torcedor paranista no momento. Com grande capital, o empresário tricolor não tira nada de sua conta. O dinheiro colocado no Paraná é decorrente apenas dos juros de seu faturamento, que passa dos R$ 20 milhões.

“Não tenho contrato nenhum com o clube. O investimento é elevado e faço por amor. O dinheiro todo é de minha pessoa física. Sou empresário e faço uma doação. A diretoria chegou a fazer uma proposta para trocar o investimento por direitos de atletas da base, mas não aceitei. Este é um dinheiro que não vou reaver”, garante Werner.

História

Ainda um rosto desconhecido no geral, o torcedor do Paraná começa a se familiarizar com o empresário. Por todas as melhorias e mudanças de um ano para cá, Werner já coloca seu nome na história do Tricolor. E o tempo dirá se a grandeza dos seus feitos futuros o marcará como o revolucionário que mudou o rumo do clube que, como diz seu hino, ‘já nasceste gigante’, mas se apequenou com o passar dos anos e, principalmente, das más gestões.

Casinha favorito na eleição

No final deste ano, o Paraná Clube passará por eleições. Rubens Bohlen, antes de ser pressionado a deixar o cargo de presidente, havia comentado que queria antecipar o pleito para setembro, para que o novo mandatário paranista pudesse ter mais tempo para se ambientar com a realidade do clube. Algo que não está totalmente descartado e ainda pode acontecer.

Com sua renúncia e a mudança na diretoria, com Casinha assumindo a presidência, já existe uma ala no Paraná que defende a candidatura do atual presidente. Carlos Werner, o possível salvador da pátria, é outro nome bem visto para ocupar o cargo. Ambos, entretanto, não admitem a possibilidade no momento.

O fato é que, após a troca na direção, o Tricolor não tem oposição alguma. O desempenho dentro de campo na Série B, com a promessa de acesso, pode culminar na abertura de algum nome diferente, caso o retorno à elite do futebol brasileiro não se concretize. Mesmo assim é algo visto com chances remotas no atual momento.