Petraglia Tricolor

Carlos Werner é visto como o salvador do Paraná Clube

A troca de comando na presidência do Paraná no dia 24 de março deste ano, após a renúncia de Rubens Bohlen e a entrada do grupo ‘Paranistas de Bem’, tendo Luiz Carlos Casagrande como presidente por estatuto, coloca outro nome em evidência: Carlos Werner, o ‘Petraglia paranista’. No clube, muitos acreditam que a salvação do Tricolor passa pelo conselheiro, que tem visão de gestão e investe sem a intenção de reaver o dinheiro.
Empresário do setor de estruturas metálicas, com atuações menores em outros ramos, o bem-sucedido paranista ajuda desde o ano passado. Quieto, o torcedor assumiu as categorias de base e transformou um local com dificuldades, sendo sempre o último a receber pagamentos e recursos, em uma estrutura melhor e com tudo em dia.

Mensalmente e há mais de um ano, Werner injeta pouco mais de R$ 100 mil para o pagamento dos funcionários e da manutenção diária do CT Ninho da Gralha. Anteriormente, o custo era de R$ 270 mil e o projeto feito pelo conselheiro fez com que fosse bem menor. Quem vai ao CT vê claramente o clima diferente no dia a dia e a melhora nas instalações.

Uma mudança que deu enorme tranquilidade a todos, que ficavam oito meses sem receber regularmente, mas que viram o futuro em xeque na guerra política durante o processo de saída de Bohlen. O empresário comunicou que tinha deixado de investir e levou preocupação em Quatro Barras na virada de fevereiro para março. A tensão, entretanto, durou pouco menos de um mês.

Assim que Casinha assumiu de vez, o novo presidente anunciou que Werner retornaria, ao lado de Leonardo Oliveira (este virou vice de finanças do clube), à coordenação da base no CT.

Motivação maior é o acesso

E é justamente esse pensamento de ver o Tricolor na elite do futebol brasileiro novamente que motiva o empresário a investir mais. Com a ideia contrária da maioria, que apoia a venda de patrimônio, Werner sabe que as sedes cobririam o rombo no caixa e deixariam dinheiro à disposição – apontado pela auditoria. Seu temor é pelos constantes atrasos salariais, que assombram o clube desde 2008. “As ações trabalhistas são complexas e podem aumentar a cada dia. É uma bola de neve que não tem precisão”, pondera.

Nome forte

Por tudo isso, o empresário é o nome forte do grupo que assumiu o Paraná e foi idealizado por João Quitéria, antigo vice-presidente da organizada Fúria Independente. Logo no dia que Casagrande tomou posse, Werner bancou as rescisões do supervisor Fernando Leite e do gerente de futebol Marcus Vinícius no ato, através de cheques. Os dois ex-dirigentes confirmam a história e o pagamento (não informado o valor).
Mesmo com a promessa de dez paranistas investirem R$ 400 mil mensais para deixar o futebol em dia para conquistar o acesso a partir de março, o empresário se adiantou e pagou a folha salarial de todo o clube do mês de março. Sozinho.

Suporte

Esse aporte financeiro do ‘Paranistas de Bem’ dá o suporte necessário para bancar o custo do departamento de futebol, que passa por atletas, comissão técnica e demais funcionários.

Apaixonado pelo Tricolor

Mas, além disso, ter Werner ao lado anima ainda mais ao grupo. A declaração do presidente Casinha, prometendo o acesso com três rodadas de antecedência sem nem ter começado a Série B, não é por acaso. A recusa de receber a ajuda de Joel Malucelli, tratada com Bohlen, para terceirizar o futebol paranista demonstra a confiança em Werner.

A paixão do conselheiro pelo Tricolor é capaz de fazer com que a ‘fonte’ não seque. Nos bastidores do Paraná, a grande maioria vê que sua visão de gestão é ideal para tirar o clube do buraco e deixá-lo viável. Um ‘Petraglia paranista, mas melhor’, comparando ao dirigente rival que mudou o rumo da história do Atlético, mas que gosta de centralizar todo o comando.<,/p>

Aprendizado

Tanto que, humildemente, sem ter o conhecimento necessário no futebol profissional, colou no superintendente de futebol, Durval Lara Ribeiro, para saber como funciona a montagem de um elenco e as negociações para contratações. A simpatia e humildade de Werner são elogiadas e admiradas por todos.

“Não adianta o Carlos, que conhece de base, mas não tem a experiência com o futebol profissional, tentar fazer tudo. Nossa ideia é ter cada um atuando em uma especialidade. Este é o nosso modelo de gestão”, afirma Leonardo Oliveira, companheiro de base e agora nomeado vice-presidente de finanças do Paraná.