Outro Mundo...SQN

Coritiba sofre com a “paz” e vê o Operário abrir boa vantagem

Durante a semana, tranquilidade. “É outro mundo. A torcida do Operário não é agressiva como a do Londrina”, chegou a dizer o vice-presidente do Coritiba, Ernesto Pedroso. Só que o “outro mundo” se mostrou ainda pior. Se o ambiente realmente foi mais tranquilo e não houve nenhum registro de violência (ou de tumulto, como o foguetório na concentração), dentro de campo o Coxa foi encurralado pelo Fantasma e agora está obrigado a fazer pelo menos dois gols de vantagem para “entrar” na final do Campeonato Paranaense. O sossego alviverde virou pressão, e das grandes.

A relação entre Coritiba e Operário é muito boa. Os dirigentes estão unidos desde o início do ano, e foram fiadores da derrotada campanha de Ricardo Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol. Na semana que antecedeu o jogo de ida da decisão, houve até coletiva conjunta, como acontecera no Atletiba deste Estadual. A hospitalidade prometida aconteceu. “A diretoria do Operário já nos procurou, falou com o presidente (Rogério) Bacellar e se colocou à disposição para nos receber da melhor maneira. Claro, dentro de campo futebol é futebol”, resumiu Ernesto Pedroso na última segunda-feira.

E, até prova em contrário, futebol se decide em campo. E foi aí que o Coxa não soube sair da armadilha do Operário. Não foi falta de alerta, pois durante a semana passada Marquinhos Santos disse a quem quisesse ouvir que o ambiente no gramado do Germano Krüger seria mais tenso do que foi no estádio do Café. Se não haveria o clima beligerante, certamente a pressão seria maior – como foi. “O Operário não é um time violento. Mas é um time que joga firme, que chega junto, que pratica um futebol fisicamente muito forte”, afirmou o treinador alviverde.

Foi esse estilo que anulou o Coxa em Ponta Grossa. Além da imposição física e tática, o Fantasma estava preparado para o que os visitantes iriam produzir. No intervalo do jogo de domingo, em entrevista à rádio Transamérica, o técnico Itamar Schulle disse estar ciente das duas possíveis cartadas de Marquinhos Santos – colocar um zagueiro para liberar Carlinhos ou apostar em Wallyson para “abrir o jogo”. Marquinhos foi de Wallyson e o Operário soube se defender, além de ter oportunidades de marcar o terceiro gol.

Com dois gols de desvantagem, o Coritiba agora terá que superar o adversário em gols, na motivação, no apoio da torcida e na qualidade. Terá que ser mais do que foi no Germano Krüger, terá mesmo que ser mais do que foi na semifinal contra o Londrina. Terá que criar um “outro mundo” no Couto Pereira se quiser sonhar com o 38º título paranaense.