Palmeiras e Santos encaram o primeiro desafio na decisão do Paulistão

No início do ano, poucos apostariam na final do Campeonato Paulista que será disputada neste domingo no estádio Allianz Parque, em São Paulo, às 16 horas. O Palmeiras reconstruiu o time, trouxe 20 novas caras e mudou até a comissão técnica. O Santos perdeu importantes atletas por falta de pagamento de salários, demitiu técnico (Enderson Moreira) no meio da competição e parecia viver um ano de carestia. Dentro de campo, os clubes superaram todas as adversidades e farão uma decisão que tem tudo para ser eletrizante e muito disputada.

Os dois times mostraram ao longo do Estadual que é possível chegar ao topo jogando no ataque. Os técnicos Oswaldo de Oliveira e Marcelo Fernandes gostam de formação mais ofensiva e não devem abrir mão de suas ideias. Por isso, fica difícil apontar um favorito. “Pela carga maior de tempo sem um título, o Palmeiras é quem está mais pressionado. O Santos vem de sete finais consecutivas”, explicou Oswaldo, que estava no rival no ano passado.

Por isso, ele conhece bem o adversário e junto com o aprendizado da partida da fase de grupos – derrota por 2 a 1 – promete encurralar o adversário e conseguir uma boa vitória no primeiro jogo da decisão. Quanto à formação do time, ele tem praticamente força máxima.

As ausências devem ser Cristaldo e Valdivia, machucados. Os demais podem ir para o jogo. E, como uma boa decisão que se preze, o mistério impera. Oswaldo de Oliveira e Marcelo Fernandes não quiseram antecipar quem joga, mas deram algumas pistas. “Não estamos querendo esconder. É que realmente temos problemas”, assegurou o técnico santista.

O time alviverde deve manter a formação tática que surpreendeu o Corinthians no estádio Itaquerão, com o “falso centroavante” que pode ser Rafael Marques ou Gabriel Jesus. Caso realmente seja titular, será a primeira vez que a revelação de 18 anos inicia uma partida no time principal. A ideia é fazer com que ele se movimente pelas pontas e entre na área quando tiver espaço, confundindo a marcação da combalida defesa santista, que não terá Werley, com dengue.

Na lateral direita, o volante Gabriel deve ser improvisado no setor para conter as subidas do rápido ataque santista, que não sabe se terá Robinho, com um edema na coxa esquerda.

Certo é que o time alvinegro vai apostar suas fichas na boa fase de Geuvânio, destaque na vitória sobre o São Paulo, pela semifinal, e também no faro de gol do artilheiro do Paulistão, o atacante Ricardo Oliveira.

A preocupação é com a marcação no meio, já que Valencia não deve atuar e o Palmeiras terá Cleiton Xavier e Robinho para distribuir o jogo.

Mistérios à parte, os dois treinadores parecem que não devem fazer grandes “invenções” e apostarão no que está dando certo em cada time.

FOGO AMIGO – Marcelo Fernandes foi auxiliar de Oswaldo de Oliveira no Santos, onde trabalhou no ano passado, quando deram início a uma grande amizade. “Nos falamos direto. Combinamos de tomar uma assim que der, mas essa semana evitamos nos falar”, brincou o treinador do Palmeiras.

Quis o destino que meses depois de sua saída eles se reencontrassem, agora decidindo um título. “Fico feliz em vê-lo bem-sucedido e reconheço que tenho interferência disso. Se o Palmeiras perder para o Santos dirigido pelo Marcelo não será tão ruim”, completou.

O treinador santista admite que Oswaldo de Oliveira pode levar vantagem no confronto por conhecer boa parte do elenco e ter sido um de seus professores. “A experiência é tudo. Somos amigos e lutaremos pelo nosso lado. Ele tem a filosofia de trabalho, mas é malandro também e pode mudar alguma coisa”, projetou o jovem comandante santista.

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