O assunto do momento entre os atleticanos é o atacante Walter. Mais precisamente o peso dele, que chegou ao Furacão com 94 quilos, quatro a mais do que seria o seu ideal, mas longe dos 106 que tinha quando chegou ao Fluminense. Mesmo assim, a preocupação dos torcedores rapidamente se torna assunto em qualquer roda de conversas virtuais ou não. No entanto a relevância que isso tem no desenvolvimento do trabalho do jogador é o que importa.
O “peso” que isso terá no seu dia a dia só será medido pelo desempenho em campo e será minimizado pelo que o jogador pode agregar ao grupo. Além de gols, o Atlético projeta que a presença dele repercuta diretamente no abalado estado de espírito do elenco.
A infância dura fez com que Walter se apegasse à bola e seu mundo para encontrar sua paz. “O único brinquedo que ele conheceu na vida foi a bola. São inseparáveis. Eles brincam o dia inteiro”, lembra Harlei, ex-goleiro, hoje diretor do Goiás.
“A vida dele não foi fácil. Viu um irmão ser assassinado e outro está preso. Veio de uma das maiores favelas de Recife. Mesmo depois de tudo isso é um cara sensacional, alto astral”, garante o preparador físico Robson Gomes, responsável por controlar o peso de Walter no Goiás.
No futebol Walter encontrou uma nova família. “O grupo gosta muito dele. Onde ele estava era uma festa. É o jogador perfeito para segurar uma situação como essa que vive o Atlético. Chama a turma, bota uma música e faz questão de fazer amigos”, acrescentou Gomes.
A condição psicológica do elenco atleticano pode apresentar uma melhora pelo “jeito Walter” de ser. “É um cara muito bacana, companheiro, carismático. Cativa todo mundo pela simplicidade. E pelos gols, é claro”, afirmou o ex-goleiro.
Quando chegou ao Goiás, em 2012, Walter despertou a desconfiança de todos, mas rapidamente o foco mudou. Na estreia, antecipada pela necessidade de gols da equipe, jogou acima do peso estipulado e marcou três gols. Não saiu mais do time. “Questão de peso? Ele estreou e já virou ídolo. A questão era mais brincadeira do que cobrança profissional. Em campo ele sempre se garantiu”, afirmou Harlei.
Apesar do sobrepeso, é preciso cuidado para não perder a principal das características do atacante: a força.