Combatendo incêndios!

Enderson trabalha no Atlético como os ‘bombeiros em Santos’

Imagine-se um bombeiro. E um bombeiro trabalhando naquele interminável incêndio de Santos, quando tanques de combustível explodiram e arderam em chamas por dias e dias. É esse o sentimento de Enderson Moreira ao completar um mês de Atlético. Para ele, os primeiros trinta dias de trabalho foram de um combate ininterrupto ao fogo – que, ele sabe, ainda não foi debelado por inteiro. Nos planos do treinador rubro-negro, o “calor” só vai passar quando o Furacão se livrar do incômodo risco de rebaixamento.

Com sete pontos no Torneio da Morte, faltando ainda três rodadas para o fim, a chance de o Atlético entrar na degola é mais formal que real. A tendência é encerrar a história amanhã, contra o Rio Branco, às 18h30, na Arena. Mas acima da questão prática, o que Enderson sente é que a pressão é enorme por conta da má campanha e o fato de encerrar essa tortura marcará um ponto de virada. “Esse momento é muito importante para que coloquemos um ponto final nessa fase que ninguém queria passar”, comentou o técnico.

A situação é tão delicada que nem mesmo a classificação para a segunda fase da Copa do Brasil serenou os ânimos. Quarta, pouco após eliminar o Remo nos pênaltis, os jogadores, a comissão técnica e a diretoria ouviram mais uma vez as vaias e as cobranças por um melhor futebol. Em campo, a comemoração minguou. “O torcedor pode ter certeza que estamos tão chateados como eles. E não fossem eles, não teríamos nos classificado. Eles empurraram o tempo inteiro e nos pênaltis fizeram a diferença”, afirmou Enderson Moreira.

A citação ao bombeiro foi usada duas vezes pelo técnico atleticano nesta semana – terça, em entrevista à RPC, e quarta, após o jogo da Copa do Brasil. “O bombeiro, quando chega com o fogo pegando, tenta primeiro controlar esse fogo para que ele não aumente. Nós podemos apagar esse fogo daqui a algum tempo e depois a gente tenta reconstruir. É assim que eu me sinto: chegando, tentando controlar esse incêndio pra depois tomar as outras providências”, afirmou na terça. “O fogo ainda está latente. Temos alguma coisa para controlar. O jogo de sábado é importantíssimo para a gente poder controlar de uma maneira mais eficiente. Mas o incêndio continua, não podemos achar que está tudo encaminhado”, completou na quarta.

Na cabeça de Enderson, o que tem que ser prioridade é arrumar a casa. “Não importa como começa essa história, importa como ela vai terminar”, disse o técnico, que sabe que para começar a reconstruir a casa rubro-negra é preciso chutar para longe um mico. “Temos que acabar com o pesadelo desse quadrangular”, finalizou.

Valores! Leia mais do Atlético na coluna do Mafuz.