Com o pires na mão

Tricolor aproveita visita à CBF para pedir ajuda para pagar salários

Em crise financeira, o Paraná teve que apelar para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para aliviar o caixa. Na última semana, o presidente Rubens Bohlen foi ao Rio de Janeiro e conseguiu R$ 700 mil com a entidade máxima do futebol brasileiro. O salário da comissão técnica, atletas e demais funcionários deve ser pago hoje. O encontro, a princípio, aconteceu para promover a candidatura de Ricardo Gomyde para as eleições da Federação Paranaense de Futebol (FPF). O político, que possui bom trânsito no local, esteve presente junto com o mandatário paranista.

Entretanto, o Tricolor aproveitou o embalo e pediu ajuda para tentar amenizar a situação crítica em que se encontra. A Associação dos Patronos da Gralha Azul (Apaga), por exemplo, conseguiu diminuir as pendências com os funcionários que recebem até dois salários mínimos – pelo menos os mais atrasados – através da campanha que promoveu. Mas o restante segue com problemas – que passam de seis meses. Existia, inclusive, o risco real do elenco sequer entrar em campo amanhã, contra o Nacional, pela sexta rodada do Campeonato Paranaense. Por isso, a única solução foi pedir esse valor.

Aldo Coser, vice-presidente paranista, se absteve do assunto e disse que o caso é exclusivo do presidente. “Isso é com ele”, esquiva. Procurado pela reportagem durante todo o dia de ontem, o mandatário paranista não atendeu às ligações. O presidente, aliás, esteve no treino realizado na Vila Capanema ontem, o que é raro de acontecer e só é feito nos dias que antecedem pagamento ou após o mesmo.

Outro asssunto abordado na reunião da semana passada foi sobre a divisão de cotas da televisão. Bohlen conversou com Marco Polo Del Nero, futuro presidente da CBF, para revisar a questão. No início de março, o Tricolor vai apresentar uma proposta para melhorar a distribuição de valores para times da Série B e diminuir a desigualdade. Atualmente, o clube recebe R$ 3 milhões da televisão no Campeonato Brasileiro, mas apenas R$ 2,7 milhões são líquidos. “Soubemos que vai continuar assim. Algo tem que ser feito e, quem sabe, isso venha a abrir a mente da CBF”, declarou Bohlen à Tribuna na segunda-feira.