Estilo BBB

Bom, bonito e barato. Este é o clima do Tricolor pro Estadual

O Paraná Clube joga as suas fichas num time BBB. Calma! Não tem nada a ver com o programa global. O que o Tricolor quer, para a disputa deste Paranaense, é redescobrir o caminho das vitórias com um elenco bom, bonito e barato. No papel, tudo caminha bem, mas a prática só poderá ser avaliada assim que a bola rolar. Com uma espinha dorsal composta por veteranos e garotos ocupando as demais posições, o Tricolor busca se reinventar e fazer frente a Coritiba, Atlético e Londrina.

As declarações parecem ensaiadas. Todos acreditam que o Paraná não tinha outra saída, diante de uma situação financeira precária e escancarada no ano passado. Em meio a ações trabalhistas infindáveis e a falta de patrocínio capaz de dar sustentação econômica ao clube, a saída foi fechar a torneira e trabalhar com um elenco mais enxuto. “Nada além do normal. É que no ano passado tivemos um volume muito grande de jogadores. Isso acabou”, disse o presidente Rubens Bohlen, prometendo um grupo com custo na faixa dos R$ 250 mil.

Aparentemente, essa filosofia não será modificada. Diante da recente saída do zagueiro Alef, por exemplo, o clube até voltou a buscar opções de mercado, mas sem um caráter de urgência. O volante Jean – como já aconteceu em alguns momentos, ano passado – será improvisado no setor. Da mesma forma, a direção segue na busca por um 9 capaz de suprir as saídas de Giancarlo e Adaílton, mas com a condição de não extrapolar seus limites. “Para contratar, tem que ser um jogador capaz de dar uma resposta técnica interessante e que se adeque aos nossos padrões salariais” explicou o superintendente de futebol Marcelo Nardi.

Com esse “pé no freio”, o Paraná espera não apenas manter os salários em dia, mas também ganhar fôlego para contratações pontuais, visando o Brasileiro. “A ideia é trazer dois ou três jogadores, pois já temos uma base interessante, com o Marcos, o Lúcio Flávio e o Ricardo Conceição”, cravou Rubens Bohlen. Uma política que será colocada à prova ao longo do Paranaense e que, se der certo, fugiria aos padrões recentes do Tricolor. Quase sempre por necessidade – invariavelmente para escapar de uma posição difícil – o Paraná, nos últimos anos, chega a montar dois ou três times ao longo da temporada.

Em 2014, por exemplo, o então gestor Roque Júnior “barrou” uma série de atletas que estavam no grupo e trouxe outros de sua preferência, inflacionando a folha do clube. Depois, nas chegadas de Claudinei Oliveira e, depois, de Ricardinho, outros jogadores pedidos pelos treinadores também acabaram contratados. Problemas pontuais foram solucionados, mas no cômputo geral o clube inflou o seu elenco e entrou na velha ciranda dos salários atrasados. Hoje, a intenção é evitar que esse filme, já repetitivo, volte a ser “atração” na Vila Capanema.