Não tem conversa

Diretor da Lanik diz que não fará teto da Arena por nada

O bicho pegou de vez. A resposta do Atlético, ameaçando entrar mais uma vez na Justiça contra a empresa espanhola Lanik, tirou do sério o engenheiro César França, responsável da Lanik. Em conversa com a Tribuna, França disse que a partir de agora as conversas com o Furacão serão feitas pelos advogados da empresa e que nem “se oferecerem um milhão de euros” o teto retrátil será instalado.

Segundo César França, a obra está embargada. “Depois da reportagem de ontem, mandaram via e-mail alguns projetos, um plano de ring que é como se fosse nada. E na verdade não existem projetos ainda. Estamos fazendo a conferência dos documentos, mas já encontramos motivos para rejeitar, pois não tem nada a ver. Por mim (a obra) já esta embargada”, afirmou.

Depois, ainda mais irritado, França disse que não há mais conversa com a diretoria do Atlético. “Que provem então que estamos errados. Para nós é uma questão de documentos. Um guindaste com mais de 1500 toneladas, sem testes de pressão de solo. Onde estão os laudos? Para nós, empresa, não existe mais teto. Daqui para frente é Justiça e pronto. Se quiserem o teto, não é a Lanik. Se oferecerem um milhão de euros, não. Um milhão e meio, não. Pela Lanik não vamos mais executar essa obra. A nossa decisão esta tomada”, atirou.

Sem conversa

O relacionamento entre clube e empresa está muito estremecido. De acordo com o advogado do Atlético, Luiz Fernando Pereira, a dependência do clube da tecnologia controlada pela Lanik impede que haja o rompimento do contrato, já que está muito claro que não há clima para conversas. “Está cada vez mais complicado. O relacionamento está atritado, mas temos obrigações contratuais, e no caso da Lanik, judiciais”.

O clube procurou outras alternativas, mas teve dificuldades. “Há um grau de dependência do Atlético com a Lanik. Por isso fomos à justiça. A Lanik quis se valer do monopólio da informação sobre a questão técnica da instalação do teto retrátil para extorquir o Atlético, exigindo um valor muitas vezes maior do já tinha combinado”.

Por fim, o advogado afirma que a questão parece ter virado pessoal. “Infelizmente o grau de beligerância desse representante da Lanik é inusitado. Os técnicos que estavam aqui tinham um relacionamento afável, profissional e de nível com nossos técnicos do Atlético. Esse sujeito veio para cá e parece que tomou gosto por dar entrevista”, concluiu.

* Colaborou Cristian Toledo