Contraste nítido

Enquanto Minas fatura títulos, no Paraná times amargam jejum

O título da Copa do Brasil conquistado anteontem, no Mineirão, pelo Atlético-MG diante do Cruzeiro, provou a supremacia que vive o futebol de Minas Gerais no território brasileiro. Equiparado com os clubes paranaenses há alguns anos, os dois principais times mineiros, principalmente nas três últimas temporadas, andaram algumas casas a mais que Atlético, Coritiba e Paraná, deram um salto significativo no futebol brasileiro e, ao lado de clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, aparecem na lista das principais potencias do Brasil.

Em um passado não tão distante, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, Cruzeiro e Atlético se enfrentaram em Minas Gerais e o clássico Atletiba foi realizado na Arena da Baixada. Em comum, além dos dois mineiros, o Furacão corria o risco de rebaixamento e não conseguiu escapar da queda para a Série B. Para os mineiros, a 15ª colocação do Galo e a 16ª posição da Raposa foram o ponto de partida para a mudança.

Depois daquele ano, o futebol mineiro foi exemplo dentro e fora de campo e, até então empatados em títulos do Campeonato Brasileiro com o futebol paranaense, Atlético-MG e Cruzeiro passaram a se destacar cada vez mais. Em campo, o reflexo da administração profissionalizada dos dois clubes começou a aparecer já em 2012, quando o Galo foi vice-campeão brasileiro e, na Libertadores do ano seguinte, foi o campeão.

O Cruzeiro, que quase foi rebaixado em 2011, virou a sensação do futebol brasileiro nas duas últimas temporadas. Além de ser finalista da Copa do Brasil deste ano, o time celeste conquistou duas vezes o Campeonato Brasileiro (2013/2014) e aumentou a supremacia do futebol de Minas Gerais no território nacional.

Preparador físico do Galo, Carlinhos Neves preferiu não comparar os momentos atuais do futebol paranaense e do futebol mineiro, mas elogiou a administração de Atlético-MG e Cruzeiro nos últimos anos. “Não foi provado nada. Isso que está acontecendo é a demonstração do futebol que vem sendo apresentado, da forma que os dois clubes vem sendo administrados. Não por coincidência o Atlético-MG ganhou a Libertadores no ano passado e agora a Copa do Brasil e o Cruzeiro venceu as duas últimas edições do Brasileiro. É um fato para se pensar”, pontuou Neves.

Do lado de cá, apesar dos constantes sustos, o futebol paranaense, atualmente, parece se contentar somente em ver o Atlético na oitava colocação do Brasileirão e de o Coritiba lutar com boas chances de escapar do rebaixamento para a Série B. Mesmo com estádios próprios, único ponto positivo da dupla Atletiba diante da realidade dos mineiros que locam o Mineirão e a Arena Independência para mandarem seus jogos, os clubes paranaenses, sem um bom planejamento, ainda não conseguiram montar times capazes de brigar pela parte de cima da tabela e muito menos por títulos de competições nacionais nos últimos anos.

Desde 2001, quando o Atlético conquistou o Brasileirão, o futebol paranaense, em algumas oportunidades, conseguiu ficar melhor posicionado que os principais clubes de Minas. O Paraná, que conquistou uma vaga na Libertadores na edição de 2006 do Brasileirão, caiu para a Série B no ano seguinte e não conseguiu mais retornar à elite.

No meio do caminho, mesmo sem realizar grandes campanhas, Atlético e Coritiba foram destaques nas últimas edições da Copa do Brasil. Mas tanto o Coxa, que decidiu a Copa do Brasil em 2011 e 2012, e o Furacão, que foi finalista no ano passado, não alcançaram o título do torneio e aumentaram a escassez de grandes conquistas dos clubes paranaenses.